Minha mãe e meu pai passavam o dia fora, trabalhando. Eu e meus irmãos fomos criados por nossa avó, que cuidava da ordem na casa tendo como trilha sonora o rádio sempre ligado. Adolescente romântico, eu decorava os sucessos musicais, escrevia as letras em cadernos – e Nelson Gonçalves ocupava várias páginas. Tempos de A Volta do Boêmio, Hoje Quem Paga Sou Eu, Meu Vício é Você, Escultura, Negue. Ele era um dos ídolos inatingíveis do garoto que também gostava de rock, bossa nova e música gauchesca. Imagine como me senti quase 20 anos depois, março de 1977, entrevistando-o longamente para uma matéria que ocupou três páginas da Revista ZH com o título de "Minha vida daria um romance".
A vida do Metralha
As aventuras de Nelson Gonçalves
Vem aí a biografia em quadrinhos de um dos mitos da música popular brasileira
Juarez Fonseca