Quinze anos depois, o governo federal volta a avaliar a possibilidade de se discutir uma alternativa ao aeroporto Salgado Filho. O projeto de construção de um novo terminal, na região de Portão, foi apresentado na quinta-feira (13), para a Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul.
O coordenador do Comitê Pró-aeroporto 20 de Setembro, Nelson Riet, se reuniu com Ronaldo Zulke, integrante do ministério. O Aeroporto Internacional 20 de Setembro é avaliado em R$ 4,5 bilhões. O investimento previsto seria feito pela iniciativa privada.
Porém, para tirar o projeto do papel, o primeiro passo é a necessidade de se desenvolver um estudo de viabilidade técnico econômico e ambiental do aeroporto. Riet busca quem possa arcar com este custo inicial.
Os estudos e projetos seriam executados ao longo de três anos. A construção demandaria outros sete anos. A concessão teria prazo de 30 anos, para garantir o retorno ao investidor.
- O compromisso que assumi foi fazer uma nova reunião com Milton Zuanazzi, que é quem está responsável pelo assunto para analisar novas opções ao Salgado Filho. É uma iniciativa louvável, de representação da sociedade civil e vamos dar um encaminhamento. Mas todos os esforços do governo é a reconstituição do Salgado Filho e as alternativas capazes de dar conta, emergencialmente, do fechamento do aeroporto - avalia Zulke.
O local escolhido para sua construção fica a 11km da BR-386. A área, privada, tem 21km². Ela já foi declarada de utilidade pública. No pico da enchente do Salgado Filho, o terreno se manteve sem alagamento, segundo os idealizadores do projeto.
O aeroporto teria duas pistas, uma delas com 3,2km de extensão - mesmo tamanho da do aeroporto Salgado Filho. Uma segunda teria 2,7km.
No terreno, ainda haveria a possibilidade de construção de uma terceira e até quarta pista, se necessário. As pistas seriam separadas por 1.050 metros, o que permitiria pousos e decolagens simultâneos dos maiores aviões.
O projeto prevê que o aeroporto teria um sistema de auxílio ao pouso e decolagem superior ao que existe no Salgado Filho. Chamado de ILS-CAT III, o que permita operação, com total segurança, em qualquer condição climática.
Caberia à Agência Nacional da Aviação Civil, por meio de leilão contratar a empresa interessada. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnot) se encarregaria de ampliar a BR-448 até Portão. A Trensurb ficaria responsável por estender o trem até o novo aeroporto. As prefeituras de Portão e Nova Santa Rita se encarregariam de concluir a pavimentação da Transaçoriana e seu acesso ao terminal.
Antes da concessão do Salgado Filho, vencida pela Fraport, o projeto chegou a ser discutido no governo Dilma. O novo aeródromo gaúcho foi inspirado no aeroporto de Atlanta, nos Estados Unidos, um dos mais movimentados do mundo, com cerca de 90 milhões de passageiros por ano.