Depois de 36 dias, a Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) voltou a permitir a decolagem de aviões no aeroporto Salgado Filho. A autorização é específica e contempla 47 aeronaves.
As primeiras nove decolaram no sábado (8). Os voos foram liberados em horários pré-definidos.
Os aviões ficaram presos no terminal na noite de 3 de maio. Eles não puderam deixar o aeroporto antes que a água da enchente recuasse. Novas retiradas serão realizadas na medida em que mais solicitações chegarem.
Mas, se aeronaves estão usando a pista do Salgado Filho, por que, então, o aeroporto está fechado?
As aeronaves que decolaram são de pequeno porte, com peso entre 2 e 15 toneladas. Já um avião comercial, com combustível, carga e passageiros, costuma ter quase 80 toneladas.
Além disso, o impacto para uma decolagem é diferente se comparado a um pouso. As pequenas aeronaves também requerem uma necessidade diferenciada de instrumentos e radares, que foram comprometidos com a enchente.
A operação foi autorizada em caráter excepcional após adoção de procedimentos e ações de segurança. As medidas foram adotadas em coordenação com o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), operadores aéreos e Fraport.
A retirada das aeronaves retidas também passa por uma Autorização Especial de Voo (AEV), que inclui “uma análise de risco da operação, especialmente com relação aos aspectos de infraestrutura”.
Uma empresa foi contratada para fazer uma avaliação da pista. Uma análise mais detalhada será conhecida em julho. As primeiras vistorias identificaram alguns problemas que precisarão ser corrigidos.