Ele segue lá, solitário. O Boeing 727-200, da Total Linhas Aéreas, não tem previsão de sair do aeroporto Salgado Filho.
De acordo com a Agência Nacional da Aviação Civil (Anac), a empresa ainda não iniciou o procedimento de retirada da aeronave do terminal de Porto Alegre. Quando a solicitação for feita, a autarquia federal irá avaliar se o pedido cumpre os requisitos exigidos para que seja autorizada a operação.
Por causa da enchente de maio, 47 aviões foram deixados no aeroporto. Desse total, 16 já levantaram voo. A retirada de aeronaves do terminal depende do interesse dos donos dos aviões, que devem fazer a solicitação de autorização para a Anac, seguindo os procedimentos exigidos.
Se a pista está fechada, como é possível usá-la? As aeronaves que decolaram são de pequeno porte, com peso entre 2 e 15 toneladas. Já um avião comercial, com combustível, carga e passageiros, costuma ter quase 80 toneladas.
Além disso, o impacto para uma decolagem é diferente se comparado a um pouso. As pequenas aeronaves também requerem uma necessidade diferenciada de instrumentos e radares, que foram comprometidos com a enchente.
A operação foi autorizada em caráter excepcional após adoção de procedimentos e ações de segurança. As medidas foram adotadas em coordenação com o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), operadores aéreos e Fraport.
Total Cargo
A aeronave, um modelo raro na aviação, está em funcionamento e é usada para o transporte de carga como Sedex. O último voo feito foi em 3 de maio, horas antes do aeroporto ser fechado.
Ele se deslocou de Guarulhos para Porto Alegre. Segundo informações que foram repassadas para a Fraport, o avião ficou no local porque não havia tripulação para removê-lo.
Ainda não se sabe de que forma a aeronave foi impactada pela enchente. A coluna buscou contato com a Total Linhas Aéreas, mas a empresa não quis responder aos questionamentos feitos sobre o avião.