A prefeitura irá sabe em dezembro se poderá, ou não reabrir a ciclovia da Avenida Ipiranga. A informação é do diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Maurício Loss.
A empresa BSE Engenharia Geotécnica Ambiental foi contratada para desenvolver projeto de estabilização dos taludes do Arroio Dilúvio em quatro meses e meio. Mas a expectativa é que os primeiros resultados já sejam conhecidos no próximos mês.
O estudo vai avaliar os danos sofridos e as implicações que podem, ou não, ter feito na ciclovia da Avenida Ipiranga. Pelo serviço, a empresa irá receber R$ 68,5 mil.
- Iniciou-se esse estudo de geotecnia, para entender como é o solo e como as camadas estão se comportando no talude para a gente, enfim, planejar ações mitigatórias e corretivas. Essa ação vai nos embasar nisso e os primeiros resultados devem aparecer já na segunda quinzena de dezembro - destaca Loss.
Dois meses
Toda a ciclovia — da Borges de Medeiros até a Antônio de Carvalho — está interditada há dois meses, em razão da queda de ao menos seis trechos dos taludes. Porém, três pontos da pista já estavam bloqueados antes, um deles desde julho. Maior ciclovia de Porto Alegre foi aberta ao público em 2013.
Os deslizamentos dos taludes do Dilúvio começaram a ser registrados em junho, quando um trecho próximo à PUCRS não resistiu às fortes chuvas. O segundo episódio ocorreu no mês seguinte, na altura do Planetário da UFRGS, e atingiu a pista destinada à circulação de bicicletas. Diante da continuidade das chuvas e da ocorrência de novos desmoronamentos, a prefeitura decidiu interditar a ciclovia de aproximadamente nove quilômetros de extensão.
Hipóteses
Uma das hipóteses levantadas envolve o serviço de dragagem e desassoreamento do arroio. Desde o início dos trabalhos, em março de 2022, até junho deste ano, quando começaram a ocorrer os deslizamentos, foram removidos 92 mil metros cúbicos de resíduos do Dilúvio. Se, por um lado, a retirada de lodo e lixo facilitou o escoamento da água da chuva, evitando novos alagamentos, por outro, os trabalhos feitos na base do arroio podem ter afetado a sustentação dos taludes.
Reconstrução
O trabalho também busca identificar qual o melhor modelo para reconstrução dos taludes: seguindo os moldes atuais ou implementando um novo mecanismo de estabilização das encostas. Enquanto isso, a recuperação de trechos afetados permanecerá suspensa.
A medida foi tomada para evitar novos gastos se o levantamento concluir pela implementação de uma estrutura diferente da que existe. A única exceção é o trecho próximo ao Parque Esportivo da PUCRS, onde os trabalhos de reconstrução do talude estão em fase de conclusão.