Se o leilão de concessão do Cais Mauá tiver interessados, o grupo vencedor da disputa poderá assinar contrato com o governo do Estado a partir de fevereiro de 2024. Para que isso ocorra, uma das propostas precisa atender as especificações feitas pela Secretaria Estadual de Parcerias (Separ).
O contrato estipula prazos para execução das obras prioritárias. As primeiras precisam ocorrer em seis meses. Para cada uma das três etapas cumpridas, o governo se compromete a repassar os prédios da região das docas.
O trecho concedido em 12 armazéns entre a Usina do Gasômetro e a Estação Rodoviária, com extensão de três quilômetros e área de 181,2 mil metros quadrados. Na avaliação do secretário Pedro Capeluppi, os primeiros espaços já poderão ser usufruídos pelos frequentadores em 2025.
- Em quatro anos a gente vai poder percorrer todo o trecho dos armazéns. Mas, as etapas serão feitas ao longo do tempo. Logo após um ano de concessão, por exemplo, a gente já vai poder estar ali (nos armazéns) tomando um café ou um chopp - destaca Capeluppi, que concedeu entrevista ao Gaúcha Atualidade desta quarta-feira (20).
As rodadas de apresentação do projeto despertaram o interesse. Segundo o secretário, entre três e quatro investidores demonstraram intenção em participar da disputa. Caso a intenção se confirme, o leilão terá concorrência. Dessa forma, vencerá o pregão quem ofertar o menor valor que precisará receber para realizar os investimentos necessários.
- A conversa com investidores é sempre muito institucional. Nós estamos falando de um processo licitatório, competitivo, que é sempre muito transparente. Há vários interessados, porque é uma área muito importante para a cidade. E todo mundo sabe disso - informa Capeluppi.
Em contrapartida, o governo repassará o terreno das docas para os vencedores. Ao final do contrato de 30 anos, os armazéns retornam para o Estado; a área das docas, não.
Os três terrenos estão avaliados em R$ 144,9 milhões. No local, há prédios abandonados. Um deles é o antigo frigorífico do Porto, construído em 1935, e que armazenou alimentos e bebidas que abasteciam o comércio da cidade. O muro da Mauá esconde, inclusive, uma praça com esculturas e chafariz no local Nestes terrenos, há previsão de que 70% da área será residencial e 30% corporativa. A sugestão é que o frigorífico vire um centro cultural, museu ou espaço multiuso.
Muro da Mauá
Quatro soluções técnicas possíveis estão sendo propostas pelo governo. Se alguma delas for adotada, será possível destruir a estrutura de concreto, que foi construída por causa da enchente de 1941.
Embarcadero
O edital prevê que o cumprimento do atual contrato do Cais Embarcadero até 2026. Depois disso, o novo administrador negociará com a gestão do atual projeto sobre o futuro desta área que envolve o trecho entre a Usina do Gasômetro e o armazém A7.
Trânsito na região
O vencedor da concessão também terá que apresentar um plano de fluidez de tráfego antes da realização de grandes eventos no local. Além disso, o edital apresenta um item que permite que o investidor, com aprovação do Estado, use recurso do potencial construtivo da área para fazer alguma intervenção, como uma obra de acesso ao Cais, por exemplo.
Ouça a entrevista do secretário estadual de Parcerias: