Jocimar Farina

Jocimar Farina

Jornalista formado pela Unisinos e pós-graduado em Especialização em Ciências Penais pela PUCRS. Apresentador e repórter da Rádio Gaúcha, além de comentarista da RBS TV, acompanha o andamento, ou não, dos principais projetos e obras de mobilidade do Rio Grande do Sul.

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Modelo de concessão do Cais Mauá não se sustentará sem venda do terreno das docas

As três áreas, que serão repassadas para a iniciativa privada, estão avaliadas em R$ 145 milhões

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Jocimar Farina / Agencia RBS
Antigo frigorífico do Porto foi construído em 1935

É ponto pacífico entre os porto-alegrenses que os armazéns do Cais precisam ser revitalizados. Já há até aceitação sobre a derrubada do polêmico muro da Mauá, desde que o sistema de proteção de cheias seja mantido.

Porém, o que a proposta de concessão ainda recebe de reclamações é referente aos três terrenos, de propriedade do governo do Estado, e que serão repassados para a iniciativa privada

Em 2010, quando o consórcio Porto Cais Mauá foi contratado, os terrenos das docas receberiam torres comerciais e hotéis. Mas, ao final de 50 anos, eles seriam devolvidos para o Estado. Agora, no novo projeto, a área permanecerá privada.

Quando o novo edital estava sendo montado, numa primeira análise, os terrenos só seriam transferidos ao vencedor do leilão após a realização de todas as intervenções nos 11 armazéns e no entorno da Usina do Gasômetro. Mas, nas últimas revisões, foi definido que ocorrerá um escalonamento de liberação de áreas conforme a realização de obras. 

Sem estes terrenos, o governo do Estado, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Consórcio Revitaliza - responsáveis pela montagem do edital - acreditam que não haveria interesse no leilão que se avizinha. Aliás, esse é o grande diferencial da última vez que a área foi arrendada. 

- A transferência das docas é o que nos faz acreditar no projeto. Hoje, não há interesse do setor privado nas docas. Mas nós construímos um projeto para a área. A transferência de propriedade das docas é que garante que o Estado não precisará investir um centavo na revitalização - analisa o gerente do projeto pelo consórcio Revitaliza, João Lauro da Matta.

Avaliados em R$ 144,9 milhões, os três terrenos das docas são, atualmente, um bom cenário para filme de suspense. No local, há prédios abandonados. Um deles é o antigo frigorífico do Porto, construído em 1935, e que armazenou alimentos e bebidas que abasteciam o comércio da cidade. O muro da Mauá esconde, inclusive, uma praça com esculturas e chafariz

Nos três terrenos, há previsão de que 70% da área será residencial e 30% corporativa. A sugestão é que o frigorífico vire um centro cultural, museu ou espaço multiuso. 

Os investimentos previstos na área dos armazéns são de R$ 354,7 milhões. O contrato terá duração de 30 anos. As primeiras intervenções já deverão ser percebidas em 2023

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