Três anos depois de anunciar a rescisão do antigo contrato de revitalização do Cais Mauá, o governo do Estado vai divulgar nesta quinta-feira (11) a data do leilão que, novamente, irá repassar a área para a iniciativa privada. A expectativa é que o contrato possa ser assinado até o final de 2022.
Desta vez, a promessa é de que o terreno de 181,3 mil metros quadrados rapidamente será liberado à população. O espaço é composto por armazéns, docas e a área do entorno do Gasômetro. Houve um ajuste sobre o repasse do terreno das docas para a iniciativa privada.
Numa primeira análise, ele só seria transferido ao vencedor do leilão após a realização de todas as intervenções nos 11 armazéns. Mas, nas últimas revisões, o governo do Estado, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Consórcio Revitaliza - autor da modelagem da revitalização do Cais Mauá - escalonaram a liberação de áreas conforme a realização de obras.
A alteração permitiu deixar o projeto mais adequado às necessidades dos empreendedores. Dessa forma, a projeção é que a população já possa usufruir do Cais durante o segundo semestre do ano que vem.
- O (agente) privado vai ter que captar recursos para poder fazer as intervenções. E com essas divisões, ele vai fazer as intervenções mais rápidas. Inicialmente, a gente acha que, assinando o contrato de concessão neste ano, a partir do ano que vem, no segundo semestre, já vão ter resultado para a população de acesso às áreas comuns do projeto - informa o superintendente de Governo e Relacionamento Institucional do BNDES, Ricardo Antônio Torres Rodrigues, que concedeu entrevista ao Gaúcha Atualidade.
O leilão será realizado na B3, Bolsa de Valores Brasileira, em São Paulo. Os investimentos previstos são da ordem de R$ 355 milhões para as áreas concedidas. Outros R$ 20,5 milhões serão gastos anualmente para operação e manutenção do projeto, ao longo de 30 anos de contrato.
A região das docas será repassada para os parceiros em troca das obras de revitalização na área dos armazéns. Eles serão remunerados pela venda dos imóveis das docas, assim como por atividades estabelecidas na área dos armazéns e dos arredores do Gasômetro.
Sobre o muro da Mauá, o consórcio Revitaliza apresentou quatro soluções técnicas possíveis. Se alguma delas for adotada, será possível destruir a estrutura de concreto que foi construída por causa da enchente de 1941.
Ao longo da Avenida Mauá será construído um bulevar. Também haverá qualificação do passeio público, revitalização dos armazéns, do prédio do antigo frigorífico, da Praça Edgar Schneider e a urbanização da orla do cais.
Estão confirmados no projeto uma torre comercial perto da Estação Rodoviária e edifícios escalonados. As obras deverão levar 36 meses até a conclusão.
Sobre o Embarcadero, o edital prevê que o novo administrador do Cais negociará com a gestão do atual projeto sobre o futuro desta área que envolve o trecho entre a Usina do Gasômetro e o armazém A7.
Ouça a entrevista do superintendente de Governo e Relacionamento Institucional do BNDES, ao Gaúcha Atualidade: