Jocimar Farina

Jocimar Farina

Jornalista formado pela Unisinos e pós-graduado em Especialização em Ciências Penais pela PUCRS. Apresentador e repórter da Rádio Gaúcha, além de comentarista da RBS TV, acompanha o andamento, ou não, dos principais projetos e obras de mobilidade do Rio Grande do Sul.

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Paradas desde 2017, obras de barragem na Campanha, enfim, serão retomadas

Demora na retomada das construção foi tema da campanha eleitoral de 2022

Jocimar Farina

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Alessandro Noal / Comitê da Bacia do Rio Santa Maria
A barragem terá capacidade de irrigar o equivalente a 50 mil campos de futebol

Depois de anos de espera, a construção da barragem de Taquarembó, em Dom Pedrito, será retomada. O governo do Estado divulgou, nesta sexta-feira (8), o aviso de licitação para a contratação da empresa que ficará responsável pela conclusão do serviço.

As propostas serão recebidas em 9 de outubro. Detalhes sobre o edital deverão ser conhecidos ao longo do dia. As obras serão executadas com recursos dos governos federal  estadual.

- Em breve, vamos retomar esta obra importante para o Estado, atendendo a uma das prioridades do governo, de fortalecer as políticas de irrigação e o enfrentamento às estiagens. Todo o nosso esforço será para entregar no prazo e para minimizar os problemas decorrentes das mudanças climáticas - destaca a secretária estadual de Obras Públicas, Izabel Matte.

A construção da barragem foi iniciada há 15 anos pela empresa Odebrecht e está parada desde 2017. Até 2013, a construtora executou 60% dos serviços. Ficou faltando concluir a altura de um muro, que precisa ficar nove metros mais elevado. Também precisam ser construídos diques e uma nova ponte entre Dom Pedrito e Lavras do Sul, replantar árvores, que serão suprimidas, e instalar as novas comportas, que vão liberar água para os canais. 

Ainda restam 21 meses de obras e um investimento de R$ 130,41 milhões, sendo R$ 63, 2 milhões da União e R$ 67, 3 milhões do Estado. A barragem servirá para abastecer lavouras de milho, arroz, para a pastagem, além de ajudar a alavancar o turismo, lazer, e também pode servir para o abastecimento de água para a comunidade.

Imbróglio 

A partir de 2014, a construtora não mais executou a obra. O governo do Estado precisou fazer uma nova licitação. A construtora Sanenco foi contratada. Porém, por falta de dinheiro, a obra foi retomada com grandes dificuldades. 

Durante a primeira gestão de Eduardo Leite, a construção deixou de ser responsabilidade da Secretaria Estadual da Agricultura e foi repassada para a Secretaria Estadual de Obras. Essa alteração dependeu de uma autorização da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. 

Quando havia permissão para que a construção fosse retomada, em 2019, a Sanenco apresentou desistência, por incapacidade financeira. A partir disso, o governo do Estado contratou uma empresa para avaliar o que faltava concluir na obra. Esse levantamento foi concluído em maio de 2022. 

Assunto na eleição

A demora na retomada da construção foi tema da campanha eleitoral para o governo do Estado em 2022. O senador Luis Carlos Heinze e o então deputado federal Onyx Lorenzoni alertaram sobre o risco do governo gaúcho perder os recursos que foram disponibilizados pela União. Além de não contar com a verba, ainda seria necessário devolver o montante que já fora usado.

Por um pedido do governo do Estado, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional decidiu prorrogar o prazo de liberação de recursos para a construção da barragem. A verba estará disponível até 2025. Segundo a União, já foram repassados cerca de R$ 78,41 milhões para execução do empreendimento. O governo do Estado investiu mais R$ 17,38 milhões.

Grande muro

A obra em questão, na Campanha, é a construção de um grande muro, de 350 metros de comprimento e 34 metros de altura. A barragem vai represar água em uma área de 1.200 hectares, no leito do rio Taquarembó. 

50 mil campos

O volume de água que será represado chegará a 116 milhões de metros cúbicos. A barragem terá capacidade de irrigar o equivalente a 50 mil campos de futebol. Junto com as obras da barragem de São Gabriel, 240 mil pessoas, de seis municípios, serão beneficiados diretamente: São Gabriel, Lavras do Sul, Dom Pedrito, Cacequi, Rosário do Sul e Santana do Livramento.


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