Além de garantir a retomada de obras federais paradas no Rio Grande do Sul, o governo federal está precisando investir rapidamente na recuperação de trechos degradados. Pontes e viadutos sem manutenção causam estreitamento de pista. Asfalto degradado deixa rodovias esburacadas.
BR-290
Na BR-290, a ponte sobre o Arroio Bossoroca, em São Sepé, é hoje um funil. Desde julho de 2021, a passagem dos veículos pelo quilômetro 353 ocorre em apenas uma das pistas. O bloqueio parcial é necessário para realização de melhorias na ponte. Há desgaste na estrutura, que precisa ter a recuperação do vão central, reforço do bloco de fundação, pilares e o perfil metálico que fica abaixo da viga da ponte.
A estrutura já chegou a ficar restrita para veículos pesados, que precisavam realizar um desvio. Atualmente, a pista no sentido interior-Capital está fechada, e operários orientam o trânsito na região com cones. Por conta dos problemas estruturais, apenas um sentido é liberado por vez, e os motoristas precisam aguardar parados a autorização para passar, inclusive à noite, no local que não possui iluminação.
A ponte já recebeu um reforço na sustentação, mas ainda tem rachaduras expostas. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) ressalta que uma equipe técnica da autarquia está elaborando o projeto de recuperação da ponte para fazer novo processo de licitação.
Duas tentativas de contratação já foram realizadas, mas as empresas interessadas não se adequaram ao que fora pedido pela autarquia. Uma terceira licitação será lançada, mas ainda não há previsão de quando isso irá ocorrer.
Fandango
Na BR-153, a ponte do Fandango, em Cachoeira do Sul, não pode receber a passagem de caminhões e ônibus há mais de um ano e meio. No fim de outubro de 2021, a ponte - localizada sobre o Rio Jacuí - apresentou problemas estruturas. Usuários perceberam rachaduras em uma das estruturas de concreto que dá acesso ao vão principal do elevado. Por causa disso, ela foi interditada totalmente.
Em novembro daquele ano, a construtora Neovia realizou serviços emergenciais. Em dezembro de 2021, o tráfego foi liberado em duas pistas apenas para veículos leves. Caminhões e ônibus precisam usar estradas alternativas, que aumentam o percurso. Isso traz um problema logístico para escoamento de safra.
Em 2018, a ponte passou por obras. Mas, na ocasião, foram realizados serviços nas estruturas metálicas da travessia. Foram investimento R$ 8,2 milhões. O Dnit está atualizando o projeto da reforma. A expectativa da autarquia é poder realizar em breve a contratação da empresa que ficará responsável pelo serviço.
Investimento
O governo federal prometeu investir R$ 8 bilhões no estado gaúcho até 2027. Além de dinheiro para obras novas, a garantia é que haverá recursos suficientes para melhorar a infraestrutura da malha rodoviária federal no Rio Grande do Sul.
Pessimismo
Em maio, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) publicou o resultado de um levantamento feito com 318 empresários do modo rodoviário de cargas no Rio Grande do Sul. O Índice de Confiança do Transportador ouviu o segmento sobre o ambiente de negócios e a sua própria atividade. Dentro de uma escala de avaliação de otimismo que vai de 0% a 100%, o índice geral foi de 46,9%. A falta de confiança abaixo da média denota pessimismo dos transportadores em relação ao cenário econômico. E a situação das rodovias é um componente que puxa o otimismo para baixo.