Você pode até não usar o Trensurb para se deslocar, mas já deve ter ouvido a reclamação, legítima, dos seus usuários. Eles relatam enfrentar dificuldades diárias para conseguir usar o serviço.
Entra ano e sai ano, a Rádio Gaúcha e GZH fazem testes nas 22 estações, entre Porto Alegre e Novo Hamburgo, para averiguar as dificuldades enfrentadas. Não foi diferente nesta última investida.
Mais da metade das estações do Trensurb apresenta problemas em escadas rolantes, elevadores ou banheiros. Não é pouca coisa.
São raros os casos de falta de banheiro, elevador ou escada rolante nas 22 estações. Isso significa que a Trensurb tem os equipamentos, mas eles não funcionam direito.
Imagine naquele passeio no shopping center você não poder usar uma escada rolante porque ela está estragada. Aliás, não me recordo de ver problemas nos equipamentos usados nestes centros de compras.
A falta de recursos é um dos grandes males da administração pública. A burocracia ingessa e atrasa investimentos necessários. Mas esse não é o caso enfrentado pela empresa de trens.
No fim de 2020, a Trensurb recebeu R$ 7,5 milhões do governo federal. O recurso seria investido nas estações. A ideia original era realizar as obras necessárias em seis meses. Porém, a pandemia atrapalhou o planejamento e adiou a conclusão dos serviços, que até hoje se desenvolvem.
Além disso, a empresa tem em vigor um contrato, de cinco anos de duração, que prevê a restauração de todas as 23 escadas rolantes mais antigas. Usar como justificativa que os equipamentos estão estragados por problemas de infiltração é como dizer que o prego na frente vai furar o pneu do carro. Se você não desviar dos problemas, ele o encontrará em seguida.
Dúvido que estes problemas relatados sejam admitidos pela direção da Trensurb. Aliás, sempre que a Gaúcha e GZH fazem esse teste, dias depois a maior parte das adversidades são solucionadas. O que falta é supervisão, zelo, cuidado. É preciso que os agentes da Trensurb voltem a circular pelas estações. Não é por acaso que a nossa reportagem e os passageiros reclamam de não terem identificado a presença da segurança metroviária nas plataformas.
Por mais que o serviço seja subsidiado - praticamente metade da passagem é bancada pelo governo federal - o usuário que paga merece ser bem atendido. E não só quando a imprensa aponta os problemas.