Os bandidos estão de olho no Trensurb. Como nunca estiveram. O alvo: cabos, subterrâneos, aéreos, de energia, e de fibra óptica.
Segundo dados da empresa, de janeiro a agosto, 61 casos foram registrados. Os meses de março e agosto estão entre os que mais tiveram ocorrências.
No mesmo período do ano passado, a Trensurb registrou 21 casos. Dessa forma, o aumento em 2021 é de 190%. Os furtos fazem com que os veículos trafeguem com lentidão, pois o sistema fica sem sinalização. Com isso, as viagens acabam demorando mais.
Além dos casos consumados, ocorreram ainda 17 situações em 2021 que os servidores da empresa flagraram os assaltantes. No mesmo período do ano passado, foram quatro ocorrências.
Até pouco tempo atrás, quando os criminosos eram pegos, eles estavam sendo levados para a Polícia Civil. Enquadrados pelo crime de furto de cabos, eles não ficam muito tempo presos.
Na semana passada, os ladrões detidos foram soltos em 20 minutos. E um dos criminosos conseguiu ainda usar o Trensurb sem precisar pagar.
- Ele apresentou um documento (alvará de soltura) e conseguiu usar o sistema (Trensurb) gratuitamente - revela o diretor de operações da Trensurb, Luis Eduardo Fidell Antunes.
Agora eles estão sendo conduzidos até a Polícia Federal, que também passou a investigar os casos. Além disso, a Brigada Militar e a Polícia Civil têm feito ações para identificar receptadores. Na semana passada, dois foram presos em ferros-velhos de Sapucaia do Sul.
A quantidade de cabos furtados saltou 1.800%. De janeiro a agosto do ano passado, os ladrões levaram 126 quilômetros. No mesmo período de 2021, já foram furtados 2317 quilômetros.
- Os crimes vão migrando. Bandidos usam até árvores para acessar a via - informa o diretor.
A Trensurb e as polícias vêm comentando a possibilidade de tipificar o crime de forma diferente. Já há casos no Sudeste destes furtos de cabos serem enquadrado como sabotagem ou crime ferroviário, o que aumenta a pena de quem pratica.