Os estudos sobre a privatização da Trensurb estão completando um ano. Desde 2020, empresas estão debruçadas nas planilhas da autarquia federal para apresentar o levantamento que irá embasar o edital que será montado.
Elas foram contratadas para executar as análises pelo período de três anos, ou seja, até março de 2023. Porém, o planejamento do governo federal era ver o leilão realizado bem antes desta data: mais precisamente até junho de 2021, segundo o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República (CPPI).
A assessoria empresarial Ernst & Young está fazendo a avaliação econômico-financeira da privatização. Já o consórcio de quatro empresas, liderado pela BF Capital, realiza o mesmo estudo e também levantamentos "jurídicos, contábeis, técnico-operacionais e outros serviços profissionais especializados".
Em março do ano passado, a BF Capital chegou a dizer que seria possível cumprir o prazo do governo. Um ano depois, a avaliação é diferente. A complexidade do projeto não irá permitir antecipações de prazos.
“No momento, as análises da viabilidade econômico-financeira e operacional estão evoluindo dentro do prazo determinado no Termo de Referência de contratação dos estudos. Apenas podemos destacar que os pontos estratégicos dos estudos são complexos e demandam análises profundas sobre as diversas questões que podem impactar o projeto de desestatização” - destaca nota enviada pela BF Capital.
Quando projetou a privatização, o CPPI identificou que o serviço oferecido pela Trensurb precisava ser qualificado. Também previu que ocorresse uma expansão da "qualidade da infraestrutura pública". Ainda não há a confirmação se a este processo de desestatização irá retirar o subsídio da passagem.
No ano passado, o diretor-presidente da Trensurb, Pedro Bisch Neto, acreditava que, mesmo com a desestatização, o governo federal poderá manter o subsídio na empresa pública para completar os custos operacionais desde que o valor possa ser reduzido. Hoje, o valor arrecadado com a passagem cobre aproximadamente 38,9% dos custos da empresa. O restante é coberto por receitas extra e por repasses da União.