Oferecendo o mesmo valor das últimas duas vezes, o governo do Estado tentará novamente fechar o túnel que seria usado para uma fuga em massa do presídio Central de Porto Alegre. O buraco foi descoberto em fevereiro de 2017 pela Polícia Civil.
A intenção do governo é contratar uma empresa, ao custo de R$ 52,47 mil, para fechar os 47 metros que foram abertos em fevereiro de 2017. Nas primeiras tentativas, o valor máximo estimado era de R$ 21,8 mil. Mesmo com o reajustamento, a obra segue sem interessados.
As propostas serão recebidas na próxima quarta-feira (27). Nas últimas oportunidades que tentou contratar uma empresa para fechar o buraco, em julho e agosto de 2019, o governo do Estado não teve êxito.
Após escolher o vencedor, a empresa terá prazo de 30 dias para realizar o serviço. Segundo o Instituto Geral de Perícias (IGP), o túnel possui 0,70m de largura, 1,40m de altura.
Em 2017, laudo feito por um engenheiro apontou a precariedade do túnel, que tinha alagamentos. Inclusive, a passagem de veículos na Rua Jorge Luis M Domingues causava, a cada dia, instabilidade no buraco "podendo desabar a qualquer momento e provocar danos na superfície pelo seu desmoronamento vindo a ferir pessoas e danificar veículos".
A investigação da Polícia Civil identificou que o túnel poderia resultar na maior fuga de presos da história do Presídio Central, com a passagem de 200 a mil detentos durante o Carnaval de 2017. A facção cobrava valores de outros grupos criminosos para que também fugissem.
À época da descoberta, a estimativa é de que faltavam cerca de 60 metros para alcançar a cadeia. A entrada do túnel foi fechada com concreto, mas o restante da escavação permanece aberto.