Depois de ficar dez anos sem aumento, a passagem do Trensurb pode sofrer um reajuste de quase 150% em pouco mais doze meses. O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) está analisando o pedido. Se concordar com a proposta e com o percentual, o ministério comunica a empresa pública, que poderá aplicar o reajuste alguns dias depois da autorização.
Em dezembro de 2018, o Conselho de Administração da Trensurb pediu que o valor da tarifa passe de R$ 3,30 para R$ 4,20. Segundo a empresa, o alto percentual de aumento dá continuidade a recomposição tarifária.
Em janeiro do ano passado, a tarifa sofreu o primeiro reajuste desde 2008. O valor da passagem subiu de R$ 1,70 para R$ 3,30 — um acréscimo de 94%. Se fosse reajustada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPC-A), a tarifa ficaria em R$ 3,06, um acréscimo de 79,98%.
Cabe sempre ao governo fazer uma análise do pedido, concordar ou não e só então responder os questionamentos. O que até então era desconhecido é que estes reajustes já estavam previstos em 2017.
Após uma deliberação do Conselho de Administração da Trensurb, o (então) Ministério das Cidades e o Ministério do Planejamento passaram a tratar da recuperação do valor da tarifa da Trensurb. Isso culminou com uma nota Técnica do Ministério do Planejamento que estabeleceu a recomposição em três etapas:
- 1ª parcela de R$ 0,80 em 2017 (de R$ 1,70 para R$ 2,50);
- 2ª parcela de R$ 0,80 em 2018 (de R$ 2,50 para R$ 3,30);
- 3ª parcela de R$ 0,90 em 2019 (de R$ 3,30 para R$ 4,20).
Como em 2017, o Ministério das Cidades não tratou do pedido, o aumento veio em dobro no ano seguinte. A partir de 2020, porém, a empresa pública anuncia que os reajustes deverão seguir os índices de inflação.