Pessoas que trabalham com as palavras podem usá-las de maneira dúbia, de modo a confundir o incauto leitor, que pode ouvir opiniões diversas e achar que é tudo a mesma coisa. O jornalista isento é aquele que leva a informação mais completa e sem contaminação, para que o receptor formule a sua opinião, amparado nas ideias prévias que ele tenha sobre o assunto. Enquanto isso, o jornalista comprometido com uma causa não resiste à tentação de aproveitar a oportunidade (a tal que faz o criminoso) de plantar nos espíritos ingênuos as sementes das suas próprias crenças. Com este tipo de autor, em geral, antes de terminar o primeiro parágrafo, já é possível perceber o seu viés ideológico, que, independentemente de ser de direita ou esquerda, conta para prosperar com a baixa capacidade intelectual do leitor. Com a grande imprensa ignorando o rumor crescente das redes sociais, resta a impressão de que o mundo real está dividido entre o que convém acreditar e o que é mais prudente chamar de fake.
Palavra de médico
O desencanto de não mais acreditar
A Justiça encolheu aos olhos do seu povo quando abandonou, em causa própria, a nobre missão de defender os dignos e jamais acobertar os canalhas
J. J. Camargo