O ministro Fernando Haddad está correndo atrás de mais R$ 100 bilhões para fechar as contas de 2022; quer tirar esse dinheirão, é claro, do bolso do pagador de impostos. O governo, nos níveis federal, estadual e municipal, já arrecadou quase R$ 2 trilhões em imposto nesses primeiros meses do ano. Mas eles estão achando pouco. Dizem, todo o santo dia, que estão sem dinheiro para comprar um rolo de esparadrapo. O fato é que vem aí uma conta de R$ 100 bi. Como sempre, vão dizer que o dinheiro vai sair das “empresas”, ou coisa parecida. Tapeação. As “empresas” vão buscar no seu bolso cada tostão do imposto que pagaram. O que poderiam fazer de diferente? Ir à falência?
Então vamos buscar os 10, ou cem, ou mil no bolso do brasileiro
Não passa pela cabeça de ninguém que a única solução para não arrancar ainda mais dinheiro do bolso das pessoas é cortar as despesas do governo. Por que não tiram os R$ 100 bilhões dos seus gastos deste ano? Isso nunca. É “fiscalismo de direita”. É crime de neoliberalismo. É fascismo, bolsonarismo e programa antipovo. É “golpe”. O governo faz o contrário, é claro. Diz que quer proteger “o povo”, e por conta disso gasta o que bem entende. E para pagar a fatura? Nenhum problema. É só socar imposto no lombo do mesmíssimo povo. Gastou 10, ou cem, ou mil? Então vamos buscar os 10, ou cem, ou mil no bolso do brasileiro.
O farol que ilumina este tipo de moral pública, mais uma vez, é o STF.
Os ministros acabam de aumentar as despesas anuais do tribunal para quase R$ 1 bilhão em 2024, incluindo aí, é claro, os seus próprios salários – a folha de pagamento total, aliás, engole R$ 600 milhões da verba. Os ministros do STF, que hoje ganham R$ 41,6 mil por mês, precisam ganhar mais do que isso? Alguém está passando fome, ou qualquer tipo de dificuldade material, com um salário desses, mais a cordilheira de mordomias que vêm junto? É óbvio que não, principalmente num momento em que o governo está matando cachorro a grito – ou diz que está. Mas e daí? A partir de fevereiro de 2024, Suas Excelências vão receber R$ 44 mil por mês do Tesouro Nacional. É como o movimento de rotação da Terra. Não para nunca – e, na grande soma final, dá nisso que está aí.