É possível bloquear o acesso dos brasileiros ao X?
Sim e não.
Como assim, Isabel?
Sim, porque as operadoras de internet podem rastrear e bloquear o tráfego de dados dos IPs dos servidores das plataformas.
Não, porque os usuários podem contornar o bloqueio por meio de uma coisa chamada VPN.
O que é o VPN?
VPN significa virtual private network, ou rede privada virtual, e funciona como um túnel entre você e um servidor, que pode estar em qualquer lugar do mundo. Esse túnel é criptografado, ou seja: provedores de internet não conseguem interceptar seus dados ou atividade online.
A conexão disfarçada
Quando usa uma VPN, seu endereço de IP é substituído pelo IP do servidor que está acessando, então você navega “disfarçado”, como se estivesse acessando a internet a partir de outro lugar.
É assim que chineses, por exemplo, seguem usando o X, o Instagram e todas as demais redes sociais, que são proibidas pelo governo do país; foi assim também que os egípcios seguiram mostrando a violência que tomou conta do país durante a primavera árabe, em 2011, apesar do bloqueio imposto pelo governo de Hosni Mubarak à internet toda.
É também desta forma que brasileiros no Canadá conseguem acessar conteúdos de veículos de imprensa em perfis de Instagram e Facebook, apesar do bloqueio imposto pela Meta a eles. É que o governo canadense determinou que Meta e Google paguem aos produtores do conteúdo jornalístico para distribuí-los. Para não pagar, Mark Zuckerberg preferiu barrá-los.
Em resumo, internet é como água: se barrar a correnteza aqui, ela encontra o caminho acolá. É impossível deter completamente o fluxo.
O X tem 22 milhões de usuários no Brasil, o país é sexto maior na rede, atrás de Estados Unidos, Japão, Índia, Inglaterra e Indonésia.
A plataforma (então chamada Twitter) chegou ao Brasil em 2008, e foi aberto aqui o primeiro escritório da empresa na América Latina, em 2012 – sede esta fechada neste mês por Elon Musk (que adquiriu a empresa em 2022), para evitar multas e a prisão de executivos.
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