“Me ensine a fazer um bolo de nozes”: a resposta vem em 10 segundos.
“Me explique a Teoria da Relatividade de Einstein”: 15 segundos.
“Preciso de ideias para um artigo acadêmico sobre aquecimento global”: oito sugestões de abordagem em 16 segundos.
Exemplos triviais de como o Chat GPT pode te ajudar no dia a dia. Mas a inteligência artificial vem se incorporando à rotina de muita gente como ferramenta de trabalho, estudo e para a organização pessoal, como compras e exercícios.
A advogada Laura Zandavalle Zopelaro, 28 anos, ganha dezenas de horas por semana em análise de processos e elaboração de relatórios graças à inteligência artificial. Exploradora do ambiente digital desde a época da faculdade, ela se especializou em usar ferramentas que economizam tempo. Um relatório que levaria seis horas para redigir é escrito em um minuto, por exemplo. Peças jurídicas de centenas de páginas são resumidas e organizadas por tópicos em segundos (veja o vídeo abaixo).
Ela demonstra do que o GPT (em uma versão paga e customizada) é capaz durante a entrevista: faz upload de um processo inteiro com cerca de 300 páginas e digita: “Analise esse documento, que é um processo judicial, e elabore as principais teses levantadas na petição e na contestação. Organize as informações em uma tabela.”
A resposta vem em 65 segundos.
— Isso me ajuda a construir uma fundamentação ainda melhor analisando pontos que às vezes eu nem percebi (na leitura do processo).
Que fique claro, o GPT abrevia uma etapa, mas não faz o trabalho completo:
— Da mesma forma que você não pegaria uma petição que seu estagiário fez e protocolaria, você tem de corrigir (aquilo que a IA entrega).
No estágio na diretoria da Agência Espacial Brasileira, Geovanna Lívia de Souza Campos, 24 anos, também economiza horas produzindo documentos oficiais. O trabalho dela é transformar duas dezenas de processos, convites ou publicações legais, por dia, em ofícios padronizados para encaminhar à presidência da instituição. Leva a metade do tempo com a ajuda do GPT do que levaria de próprio punho.
Alexandre Fonseca, 33 anos, tem aulas de inglês uma vez por semana. Nos outros dias, é com o Chat GPT que ele pratica o idioma e tira dúvidas. Recentemente, descobriu a função de voz, e literalmente conversa com o aplicativo.
— É como falar com um amigo, com uma pessoa que está tentando te ajudar. Além de ser mais divertido do que escrever.
É também com o app que Alexandre fala quando lembra das compras que precisa fazer na feira, por exemplo. E ali ficam as anotações e lembretes que ele não faz mais em papel nem na agenda.
No trabalho como analista de marketing, o GPT é um aliado na hora do brainstorm (a “chuva de ideias” para começar um processo criativo). Para desenvolver uma campanha de lançamento de produto, ele frequentemente recorre à IA como ponto de partida.
O mesmo faz a estudante de Relações Públicas Laura Hack, 24 anos. Na empresa onde trabalha, ela lança mão da inteligência artificial para criar ações de marketing para promover marcas em eventos. Vai fazendo as perguntas e afunilando as propostas, até chegar em uma base para o projeto:
— Ele te ajuda a pensar. Mas não é a fonte principal.
Agora pare e pense...
Até que ponto deixaremos a inteligência artificial pensar por nós?