Já são mais de 14 mil militares das Forças Armadas deslocados para atuar nas enchentes que assolam o Rio Grande do Sul há 10 dias. Esse número é cerca de 22 vezes o contingente inicial, que foi de 626 nos dois primeiros dias das cheias.
O Ministério da Defesa trouxe à Região Metropolitana esta semana os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica (pela ordem, o general de Exército Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, o Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen e o Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno), além do próprio ministro José Múcio Monteiro Filho, para verificarem in loco os efeitos da catástrofe. Todos tiveram oportunidade de, via barco ou aeronaves, conferir de perto os estragos.
O general Tomás Paiva fez para este colunista um balanço do efetivo empregado nessa missão, chamada Taquari II (porque o rio com esse nome é um dos que mais estragos provocou, agora e em setembro de 2023). São pelo menos 10 mil integrantes do Exército na empreitada, além de 2 mil da Marinha (que destinou oito navios e um barco-patrulha oceânico para a ação) e cerca de 2,2 mil da Aeronáutica.
Para dar uma ideia, em setembro de 2023, até então a maior enchente em mais de 60 anos no Rio Grande do Sul, as Forças Armadas empregaram 1,2 mil militares. Menos de 10% do efetivo usado agora. A multiplicação de esforços acontece porque, ao contrário daquela do ano passado, a cheia atual produz efeitos sobre quase metade do território gaúcho — incluindo a Região Metropolitana, que vivencia a maior enchente da história.
Juntas, as Forças Armadas resgataram desde a semana passada mais de 63 mil pessoas e cerca de 7 mil animais, contabiliza o general Tomas. Todo o setor de Engenharia é empregado na reconstrução de pontes e estradas, com efetivos completos dos batalhões de Lages e Tubarão (SC), Porto União (PR) e Cachoeira do Sul (RS).
Além das Forças Armadas é necessário ressaltar que a atuação nas cheias conta com cerca de 6,5 mil PMs gaúchos, 188 policiais militares de outros Estados (SP, PR, SC, MG e RJ), cem policiais da Força Nacional de Segurança Pública e milhares de policiais civis e federais.
Os policiais militares estão com escala alterada, e as férias foram suspensas, comenta o comandante da Brigada Militar, coronel Cláudio Feoli.
— Participamos do salvamento de 23 mil pessoas e 3 mil pets. Mas nosso foco agora é policiamento, sobretudo nas águas alagadas. Não toleramos e não vamos tolerar saques — comenta Feoli.
São estatísticas mais que suficientes para alguns críticos de plantão repensarem a opinião que têm sobre os fardados. Que têm seguido, no caso das enchentes, o seu lema: Braço Forte, Mão Amiga.