O Comando Conjunto Sul, formado pela cúpula das Forças Armadas no sul do Brasil, relatou nesta terça-feira (19) os esforços realizados para atuar contra os estragos provocados pela chuva e pelas enchentes no Rio Grande do Sul. É a maior ação contra calamidades já realizada em 80 anos por Exército, Marinha e Aeronáutica em território gaúcho.
Foram 1,2 mil militares deslocados para essa mobilização nas últimas duas semanas, efetivo que se mantém nesse nível desde 5 de setembro, quando enxurradas mataram pelo menos 48 moradores no Vale do Taquari e na Região Norte.
O balanço foi apresentado pelo chefe do Comando Conjunto Sul da "Operação Taquari", general Hertz Pires do Nascimento (que reúne também representantes da Aeronáutica e da Marinha), e pelo chefe do Centro de Coordenação de Operações do Comando Militar do Sul (CMS), general Marcelo Lorenzini Zucco. A atuação ocorreu em 32 municípios afetados pelas enchentes.
— Fomos avisados tarde da noite e já na madrugada helicópteros da Força Aérea Brasileira (FAB) e do Exército agiram no resgate de pessoas que estavam ilhadas, algumas em telhados de casas cercadas por água — descreve Hertz.
Ao todo, atuam na região nove aeronaves das Forças Armadas (sete helicópteros e dois aviões). Elas realizaram 138 horas de voo desde o dia 5, sendo que cada hora dessas custa US$ 3 mil (cerca de R$ 15 mil) em combustível e manutenção.
Os militares deslocaram também para as áreas flageladas 115 veículos (entre caminhões, jipes e caminhonetes), 35 viaturas especializadas de engenharia, 12 embarcações (usadas para resgates), 104 caminhões-baú repletos de donativos, 24 barracas e 167 lonas para cobrir telhados danificados.
O Exército montou ainda um hospital de campanha, que fez 2.692 atendimentos médicos. Providenciou sistemas de comunicação por internet, reinstalou cabos de energia, fez evacuações aeromédicas, transportou desabrigados e distribuiu água potável. Os 1,2 mil militares removeram ainda o equivalente a 874 caminhões-caçamba repletos de entulho.