A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa irá ouvir, na manhã de quarta-feira (9), uma suposta vítima de assédio político no interior do Rio Grande do Sul. A advogada Janaíra Ramos, de Casca, afirma estar enfrentando hostilidades por denunciar ameaças que eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) receberam na cidade.
O convite para Janaíra relatar a situação partiu da deputada estadual Luciana Genro (PSOL), integrante da comissão. A advogada representa um grupo de comerciantes de Casca que ingressou com um pedido de providências no Ministério Público (MP) diante da intimidação sofrida.
Circulam em grupos de WhatsApp da cidade do norte do Estado listas defendendo o boicote a estabelecimentos comerciais cujos donos supostamente apoiaram Lula nas eleições. A mesma prática vem sendo feita em diversos municípios do interior gaúcho.
Janaíra e outra advogada relatam que grupos bolsonaristas estariam também defendendo que estabelecimentos cujos proprietários teriam apoiado Lula sejam marcados com uma estrela. Uma prática que, segundo a profissional, lembra o regime nazista — que marcava com a Estrela de Davi os estabelecimentos de judeus.
Na última madrugada, um indivíduo quebrou o porteiro eletrônico da residência da advogada, em Casca. Luciana Genro fala em "terrorismo político no interior do Estado" e pede que o Ministério Público tome medidas contra quem ameaça.