Os militares já têm uma ideia de resposta a ser enviada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o que acharam das eleições do primeiro turno. O presidente da Corte, ministro Alexandre de Moraes, divulgou nesta terça-feira (18) determinação que fez ao Ministério da Defesa dando prazo de 48 horas para que seja apresentada cópia da auditoria feita nas urnas eletrônicas no pleito deste ano.
Como o leitor sabe, representantes do Ministério da Defesa acompanharam testes em 385 boletins de urnas e biometria em 58 aparelhos. Só que não divulgaram os resultados dessa vistoria.
Fontes do meio militar afirmam à coluna que a resposta para Moraes deve ser no sentido de que os militares não realizaram auditoria nas urnas. Segundo eles, a Defesa apenas acompanhou os testes, dentro de normas já estabelecidas pelo TSE. Dessa forma, não teria o que apresentar ao ministro, porque foi um trabalho de acompanhamento, não auditagem.
Fontes do meio militar têm comentado que a demora em se pronunciar sobre as urnas teria ocorrido porque o presidente da República, Jair Bolsonaro, continua a demonstrar desconfiança ante o pleito eletrônico. Ele teria recomendado ao Ministério da Defesa que a checagem fosse feita também após o segundo turno, que acontece em 30 de outubro.
Moraes chegou a comentar os rumores de que o relatório das Forças Armadas foi entregue ao presidente da República. "Isso parece demonstrar a intenção de satisfazer a vontade eleitoral manifestada pelo Chefe do Executivo, podendo caracterizar, em tese, desvio de finalidade e abuso de poder", escreveu o ministro do TSE no despacho.
Caso se confirme a posição do Ministério da Defesa, será uma maneira de evitar saias-justas antes do pleito. A ver se o TSE se contentará com a resposta.