Porto Alegre já tem similaridade com um seriado hollywoodiano que fez muito sucesso nos últimos anos. Breaking Bad é uma série de televisão americana de drama criminal que mostra um professor de química mal pago, superqualificado e desanimado, que ainda por cima lida com um diagnóstico recente de câncer de pulmão. Premido pelo desencanto, Walter White se volta para uma vida de crime. Faz parceria com um ex-aluno, Jesse Pinkman, para produzir e distribuir metanfetamina. Pois o Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc), da Polícia Civil, descobriu esta semana na capital gaúcha um laboratório que, entre outras drogas, trabalhava com metanfetamina. Essa droga é um estimulante cerebral de uso prolongado e viciante.
É uma sucedânea das anfetaminas (bolinhas), muito conhecidas na minha juventude e que os caminhoneiros apelidaram de "rebite". Alguns usam isso para enfrentar dezenas e dezenas de horas de jornadas pelas estradas, sem dormir. Ganham tempo, perdem saúde e, muitas vezes, a vida, por força de acidentes causados pelo cochilo rápido entre uma pílula e outra. A famosa "piscadela da morte".
Desbaratar laboratórios de drogas é algo raro para os policiais. Mais raro ainda é que produzam metanfetamina, uma droga não muito popular no Brasil (ao contrário da anfetamina, vendida sob uso controlado no comércio). O suspeito que distribuía o produto em Porto Alegre estava numa casa de luxo onde eram armazenados mais de 35 quilos de tóxicos de todos os tipos, com destaque para os sintéticos, sem origem vegetal (justamente o caso da metanfetamina). Os policiais civis estão de parabéns. Trabalho de um departamento que este ano já superou em apreensões o volume de drogas encontrado em todo 2021.