Os santa-marienses ganharam um fio de esperança de que a sua cidade volte a ser cotada para sediar a nova Escola de Sargentos do Exército (ESA). Como o leitor sabe, Santa Maria era uma das três candidatas e foi preterida na escolha como sede da futura academia – um empreendimento orçado em R$ 1,2 bilhão. A escolhida foi Recife (PE). A cidade paranaense de Ponta Grossa também concorria nesse páreo.
A escolha foi feita pelos 16 generais mais graduados do Exército e abençoada pelo presidente Jair Bolsonaro. Só que agora surge um empecilho. O Ministério Público de Pernambuco emitiu uma recomendação à Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) para que não seja concedida a licença ambiental para a execução do projeto da ESA.
O MP recomenda que não seja aprovado o Estudo Prévio de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima). A recomendação é assinada pela promotora de Justícia Rejane Strieder Centelhas. Isso porque a construção da nova ESA poderia destruir cerca de 150 hectares de Mata Atlântica em Pernambuco, de acordo com o biólogo e professor da Universidade de Pernambuco Filipe Aléssio. O novo complexo militar ficará dentro da Área de Proteção Ambiental Aldeia-Beberibe, no Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti.
O prefeito santa-mariense, Jorge Pozzobom (PSDB), diz que está pronto para receber a ESA se a escolha por Recife não vingar. Disse isso pessoalmente ao comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, que esteve em Santa Maria para manobras militares na última semana.
Os argumentos: além de ser a segunda maior concentração de quartéis no país, Santa Maria tem área própria do Exército (e desimpedida) para sediar a ESA. E elaborou projetos de infraestrutura, saneamento, habitação e elétrico.
O colunista falou com militares que participaram da escolha. Eles acham remota a possibilidade de que ocorra uma reviravolta. Isso porque a recomendação do MP teria de ser sancionada por um juiz. Antes que isso ocorra, Recife permanece a escolhida - e, como se sabe, são remotas as chances de militares voltarem atrás em suas escolhas. Mas a esperança existe e será cultivada com esmero.