Não há motivo para pânico, a pandemia de coronavírus está sob controle nos presídios gaúchos. Quem assegura é a Secretaria de Administração Penitenciária (Seapen), em resposta enviada a este colunista. Quem me acompanha sabe que publiquei, na quarta-feira (10), coluna que mostra como a covid-19 tem avançado no sistema penitenciário do Rio Grande do Sul. Conforme levantamento da Amapergs-Sindicato (entidade que congrega servidores penitenciários), mais de 350 funcionários do sistema foram contaminados em um ano. Desses, 52 nas duas últimas semanas, sobretudo em Santa Maria, Charqueadas, Torres, Passo Fundo, Cruz Alta, Guaporé e Porto Alegre. Omitimos detalhes para não prejudicar a segurança pública.
O objetivo do sindicato, ao divulgar os números, é que agentes sejam incluídos entre as categorias prioritárias na vacinação contra o coronavírus – hoje estão no quarto grupo a ser vacinado. A Seapen concorda com a reivindicação dos servidores (o secretário Cesar Faccioli tem se articulado junto com colegas de outros Estados), mas garante que não há descontrole da pandemia nos presídios gaúchos.
Conforme a Seapen, o número de funcionários contaminados até agora corresponde a 7% do efetivo – muito similar ao da população gaúcha em geral, cujo percentual de contaminação é de 6,1%. Além disso, 4,98% dos presos teriam sido atingidos pela covid-19, número abaixo da média da população.
A testagem da presença do vírus é uma prática sistemática nos presídios, com 72,5% dos agentes já examinados, informa a secretaria. Muito mais do que a população, cuja testagem é inferior a 25%.
O número de mortes entre servidores representa 0,48% do efetivo total. Morreram quatro em um ano de pandemia, ressalta Pablo da Cruz Vaz. Dois deles, já aposentados.
A Seapen também afirma que mantém isolamento preventivo de novos detentos. A secretaria sustenta ainda que a epidemia não está maior nas prisões do que fora delas (apesar de vários presídios estarem superlotados). O colunista torce para que estejam certos.