Uma freira teve o pescoço cortado em São João do Polêsine. Irmã Maria Ana Dal Santo, 79 anos, foi quase decapitada, tal a violência do golpe que a matou. Impossível ficar inerte diante de um barbarismo desses. Quem assassinaria uma idosa, religiosa, que inclusive estava apenas de passagem no Rio Grande do Sul (ela vivia no Paraná há 40 anos). Estava de visita a uma irmã adoentada.
As investigações da Polícia Civil consideram pouco provável que o crime seja latrocínio (matar para roubar). Afinal, a freira tinha R$ 6 mil dentro de uma bolsa, que estava sobre uma mesa na cozinha e foi deixada pelo assassino. Ela sacou o dinheiro para quitar débitos da propriedade rural onde a irmã vivia.
Será que não foi mesmo tentativa de assalto? Imagine um ladrão, surpreendido pela vítima quando acabou de ingressar na casa. Ele reage violentamente e, quando se dá conta de que cometeu o crime que o manterá por décadas na cadeia, corre em fuga. E deixa para trás o que queria roubar.
Outra hipótese é que alguém tivesse inimizade com a freira. Difícil, porque ela nem sequer vivia no Rio Grande do Sul, mas não impossível. Teria seguido a vítima atrás de vinganças ou de olho em algum bem? Ao que consta, nem ela e nem a irmã tinham herdeiros.
A Polícia Civil tem dois desafios imediatos: descobrir se alguém era desafeto da freira ou sabia que ela sacara o dinheiro. A partir daí pode cogitar em motivações. Não será fácil. Repito a pergunta do início do texto: quem mataria uma freira idosa? Quem é o autor da covardia? Se não teve medo do castigo divino, que pelo menos encare a Justiça dos homens.