Três diferentes quadrilhas dedicadas ao contrabando de cigarros para o território gaúcho foram alvo, nesta quarta-feira (25), da Operação Canoeiros, deflagrada pela Polícia Federal e Receita Federal. A mercadoria vinha do Paraguai, como quase sempre acontece.
Os policiais cumpriram 10 mandados de busca e apreensão em Eldorado do Sul, Guaíba, Canoas, Gravataí e Cachoeirinha, mas desde fevereiro já foram presas 24 pessoas ligadas a esses grupos criminosos. É uma investigação de fôlego.
O que mais chama a atenção é que a líder de um dos grupos é uma jovem de 29 anos, que mora num condomínio fechado em Gravataí e circula de Jaguar, icônico carro de luxo inglês. Foram apreendidos R$ 270 mil e joias na residência dela. O perfil da mulher no Instagram e Facebook ostenta viagens ao Exterior e frequência em restaurantes da moda.
Isso demonstra como fumaça pode render milhões aos criminosos. Não por acaso, duas das três principais facções criminosas gaúchas têm atuado no contrabando de cigarro.
A apuração indica que os grupos criminosos adquiriam o produto no Exterior, realizavam o transporte para depósitos no Rio Grande do Sul e posteriormente distribuíam a mercadoria ilegal para comércios da região metropolitana de Porto Alegre e para o sul do Estado. Os policiais federais apreenderam, desde o início do ano, nove carregamentos com 1,8 milhão de maços de cigarros, avaliados em R$ 8 milhões.
É a principal ação da PF contra os chamados “cigarreiros” este ano no RS, mas a maior operação foi realizada pela Polícia Civil, que fechou, em 18 de março, uma fábrica clandestina de cigarros em São Sepé (região central do Estado). Foram presos, na ocasião, 17 criminosos, 11 dos quais paraguaios.
A localização da empresa ilegal foi feita pelo Grupo de Investigação da RBS (GDI), que rastreou o esquema desde o Paraguai até o Rio Grande do Sul.
A indústria de São Sepé produzia, em média, 100 mil carteiras de cigarros paraguaios. Sim, você leu direito: tabaco industrializado com marcas paraguaias, mas feito em território gaúcho. É uma inovação dos criminosos para driblar os riscos de serem presos por contrabando.