É digno de alívio o último levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) sobre ataques a instituições bancárias no país. Nos seis primeiros meses deste ano, o número de assaltos a bancos e ataques a caixas eletrônicos teve redução significativa.
Entre janeiro e junho, ocorreram 36 assaltos e tentativas de assaltos a agências bancárias em todo o Brasil, 38% menos do que as 57 ocorrências realizadas no mesmo período do ano passado. Já o volume de ataques a caixas eletrônicos também caiu, de 353 para 253, queda de 28%.
A estatística abrange 17 diferentes bancos, que respondem por 90% do mercado. E a redução nos ataques não é reflexo de menos atividade bancária durante a pandemia, como se poderia cogitar. São anos de quedas sucessivas.
Em todo o ano de 2019, por exemplo, aconteceram 119 assaltos a agências e 567 arrombamentos de caixas eletrônicos – 686, no total. Já em 2000, foram registrados 1.903 ataques dos dois tipos, quase três vezes mais.
— De lá para cá, o número de assaltos vem caindo de forma contínua e consistente. Os bancos investiram em sistemas de capturas de imagens, câmeras de visão noturna, mecanismos de reconhecimento facial e sensores que identificam situações fora do comum que possam indicar a ação de bandidos, como aumento repentino de temperatura na agência ou movimentação dos caixas eletrônicos — detalha Walter de Faria, diretor-adjunto de Serviços Bancários da Febraban.
Eu acrescentaria o mecanismo que pinta com tinta colorida as cédulas no momento do arrombamento, outra inovação, presente em 75% dos caixas eletrônicos.
Os grandes bancos também possuem centrais que monitoram as agências em tempo real, no esquema 24/7 (24 horas por dia, sete dias da semana). No caso de alguma ocorrência, as polícias são acionadas. E não dispensam os cerca 60 mil vigilantes profissionais, uma média de três profissionais por agência bancária, acrescenta o dirigente da Febraban.
E como está a situação no Rio Grande do Sul? Conforme levantamento do colega Jocimar Farina, que acompanha o assunto desde 2009, ocorreram em território gaúcho 30 ataques a banco de janeiro a julho deste ano. No mesmo período do ano passado foram 68 – ou seja, caiu para menos da metade. Esses números vêm diminuindo desde 2016.
A maior responsável parece ser a Operação Angico, na qual a BM posiciona os Batalhões de Choque e de Operações Especiais em pontos visados para ataques a bancos. Conta também com parceria da Polícia Civil para rastrear passos dos principais ladrões. Uma ação decisiva contra assaltantes que tomam reféns, os modernos cangaceiros.