A boa notícia é que as polícias, especialmente a Civil, aumentaram em muito o número de apreensões de fuzis no Rio Grande do Sul. A faceta ruim dessa informação é que está quente como nunca o mercado de armas para as facções criminais gaúchas. Vai longe o tempo em que quadrilhas usavam apenas pistolas. Revólver virou coisa de vovô. O que bandido gosta de ostentar, hoje é carabina automática ou submetralhadora portátil, tipo Mini-Uzi, com tamanho de pistola e cadência de centenas de tiros por minuto.
Para que ostentar? Para amedrontar o inimigo, o chamado poder de dissuasão (em linguagem militar). Essa técnica permite combate à distância, sem expor o atacante. Mas há também outras utilidades para o fuzil. A arma usa munição capaz de perfurar blindados. Contra um carro, a bala penetra como faca na manteiga. É ideal, portanto, para atacar carros-fortes.
Traficantes costumam alugar fuzis para assaltantes. Emprestam e cobram devolução, com juros.
Fuzil não é barato. Custa entre R$ 30 mil e R$ 40 mil, no submundo. A maior parte vêm do Paraguai, o shopping das armas potentes, ilegais no Brasil, mas abundantes por lá. É armamento também encontrado no Uruguai e na Argentina, em menor quantidade e com menos facilidade de compra.
Enquanto as legislações dos países fronteiriços, em relação a armas, não forem similares, esse problema vai continuar. Progressos já foram alcançados no Uruguai e na Argentina. Já no Paraguai continua a venda de fuzis em lojas. Algo semelhante ao que ocorre nos EUA. Não por acaso, são norte-americanas grande parte dessas armas potentes apreendidas com criminosos daqui.