O percentual de crescimento do volume de carne suína exportada pelo Rio Grande do Sul para as Filipinas é tão estratosférico que a dúvida vem: está certo isso? A alta na quantidade embarcada para esse destino foi de 1.867%, na comparação entre setembro (8,58 mil toneladas) com janeiro (436 toneladas) .
— Realmente, estão sendo um destino interessante, em volume e receita — reforça Rogério Kerber, diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul (Sips).
O apetite desse player asiático se repete também no cenário nacional. Pelo terceiro mês consecutivo, os filipinos foram os maiores compradores de carne suína brasileira, deixando a China na segunda posição. Conforme dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em setembro, foram 28,2 mil toneladas para as Filipinas, expansão de 120,4% sobre igual mês do ano passado.
A grande "virada" nas vendas para esse destino veio em março deste ano, quando o governo das Filipinas aprovou o chamado pré-listing. Ou seja, autorização para que as empresas habilitadas pelo Sistema de Inspeção Federal (SIF) busquem o processo de credenciamento para exportação.
— Seguindo essa tendência, deve fechar o ano como maior importador de carne (suína) do Brasil, suplantando a China, que antigamente era sempre o principal comprador — frisa Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
A perda de posição, no entanto, não quer dizer que os chineses sejam carta fora do baralho. Santin acrescenta que eles se mantêm "comprando muito bem" e cita aumentos de vendas também para Chile, Hong Kong, Japão, México e Argentina:
— Mostrando que a suinocultura brasileira está preparada para auxiliar na segurança alimentar, mas também para ter sustentabilidade nas suas exportações, com diversificação de mercados.
No acumulado de janeiro a setembro, foram exportadas pelo Brasil 990,7 mil toneladas de carne suína, volume 7,7% superior ao de igual período do ano passado. Em receita, os US$ 2,17 bilhões representam 0,4% a mais do que na mesma comparação.
Nos primeiros noves do ano, o Rio Grande do Sul embarcou, no total, 213,04 mil toneladas, volume que representa queda de 0,28% sobre o mesmo período de 2023. No faturamento, foram US$ 454,03 milhões, recuo de 9,56%.