As jornalistas Bruna Oliveira e Carolina Pastl colaboram com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Nativo da floresta amazônica, o cacau está entre os cultivos que são a cara da flora brasileira. Em forma de chocolate fino, imprimem não só sabores tipicamente regionais, mas também modelos de produção que valorizam as comunidades locais. Em Santa Bárbara do Pará, interior do Estado ao norte do país, o cultivo orgânico da fruta garante renda a população local e fomenta negócios que ganham o Brasil todo.
À frente de um desses empreendimentos diferenciados, a marca De Mendes produz chocolates a partir de cacau de várzea (ou cacau nativo) cultivado por comunidades amazônicas ribeirinhas. Os tipos de chocolate variam conforme o terroir, ou seja, o microclima da Amazônia, conferindo verdadeira autenticidade aos sabores.
Cada comunidade produz amêndoas de cacau diferentes, o que garante variedades locais únicas aos chocolates. Uma das linhas é o Chocolate Yanomami, produzido com 69% de cacau e fruto de produção de comunidades indígenas da região.
A rede de fornecimento é o maior impacto social e ambiental da marca, diz Cláudia Davis, responsável pelo desenvolvimento de negócios da De Mendes. Além de promover a preservação da floresta, os cultivos do cacau em áreas de sistemas agroflorestais são alternativas para famílias se manterem longe do garimpo. Especialmente na Amazônia, ainda fazem girar a chamada bioeconomia, que concilia o ambiente à produção agroindustrial.
*A coluna viajou a convite da Fundação Dom Cabral, durante o Programa Agronegócio Em Perspectiva