A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Ainda que a enchente de maio tenha varrido parte significativa da produção agrícola gaúcha, foi a lavoura que salvou a economia de resultado pior. Mais uma vez, o desempenho da agropecuária ajudou a segurar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul. Desta vez, com o momento oportuno da colheita da soja — principal cultivo do Estado, antes das inundações.
O dado referente ao segundo trimestre de 2024 foi divulgado nesta terça-feira (24), pelo Departamento de Economia e Estatística vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG). Entre abril e junho, as atividades ligadas ao agro tiveram alta de 5,3% no Estado sobre o trimestre anterior. Já em relação ao mesmo período de 2023, o avanço foi de 34,6%.
O impacto da cheia sobre a soja foi de -16%. Ainda assim, a safra superou a anterior. A Emater estima que tenham sido produzidas 19,5 milhões de toneladas de grãos da oleaginosa no ciclo 2023/2024. Mesmo com a enchente, foi uma das maiores safras da série histórica.
— Este é o principal trimestre da agropecuária no Estado, principalmente pela produção de soja, que teve crescimento. (A produção) poderia ter sido maior, mas ainda assim foi expressiva — avaliou o pesquisador do DEE, Martinho Lazzari.
Os números do setor no acumulado do ano reforçam a recuperação da produção agrícola em 2024 em relação ao ano anterior, ainda marcado pela estiagem. Houve crescimento de 43,8% na produção de soja e de 13,6% na de milho. No arroz, a variação foi de -0,3%.
— O impacto do excesso de chuva foi importante, mas estamos comparando com um ano de estiagem. No segundo trimestre tivemos produção maior, isso explica a alta na média em relação aos trimestres anteriores — completou Lazzari.