A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Depois de um Dia das Mães debaixo d'água, o setor de flores aposta agora no Dia dos Namorados para voltar a florescer no Estado. A expectativa da Associação Rio-Grandense de Floricultura (Aflori) para essa quarta-feira (12) é de repetir o resultado de 2023, quando houve um crescimento em relação ao ano anterior.
— Está nessa data a esperança do setor para começar a recuperação do prejuízo trazido pela cheia — reforça o presidente da Aflori, Walter Winge.
De acordo com o dirigente, o tempo bom, "que convida as pessoas a comemorar", e o fato de ser no meio da semana devem estimular os apaixonados a irem às compras neste ano.
Com as rosas vermelhas no topo das mais pedidas, o mercado gaúcho deve ser abastecido pela produção de Minas Gerais e de São Paulo.
No Estado, ainda não há levantamento sobre o tamanho da perda na floricultura, mas Winge garante que a enchente foi um "desastre". No Dia das Mães, data que é o carro-chefe das vendas do setor, a queda foi de 80% a 85% em comparação ao ano passado. Infraestrutura, logística e cultivos foram muito afetados pela água.
— O que faz florescer é o sol, e nós tivemos mais de 30 dias de chuva. Recebo muita ligação de gente falando do atraso da florada, que infelizmente não vai coincidir com Dia dos Namorados. Produtores desesperados que tiveram prejuízos muito grandes — acrescenta o dirigente.
Impacto da enchente nos números nacionais
No país, o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor) projeta um crescimento menor nas vendas, de 4%. Diretor da entidade, Renato Opitz, atribui esse cenário à situação econômica brasileira:
— Há uma retração do mercado, um impacto direto e indireto das enchentes no Rio Grande do Sul.