O jornalista Danton Boatini Júnior colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
O excesso de chuva que deixou boa parte do Rio Grande do Sul debaixo d’água reflete na produção de alimentos, o que deverá impactar a oferta de alguns itens nos próximos dias.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) divulgou nota, ontem, em que informa que 10 unidades produtoras de carne de aves e de suínos localizadas em território gaúcho estão paralisadas ou “com dificuldades extremas de operar pela impossibilidade de processar insumos ou de transportar colaboradores”. O Rio Grande do Sul é responsável por 11% da produção nacional de carne de frango e 19,8% do setor de suínos.
Mas o motivo de maior preocupação para o consumidor está no penúltimo parágrafo da nota. Conforme o texto, “há temor de que, além dos problemas já vivenciados hoje, a população gaúcha deverá enfrentar desabastecimento de produtos até a retomada do sistema de produção – o que poderá demorar mais de 30 dias”.
O presidente da ABPA, Ricardo Santin, explica que há o risco de um “comprometimento no abastecimento”, com dificuldades de atender determinadas regiões.
— Há um grande esforço para que o consumidor não seja prejudicado, que ele consiga manter a segurança alimentar, não naquele nível que ele está acostumado, mas estamos fazendo os maiores esforços para conseguir manter comida na mesa dos gaúchos — afirma Santin, que evita falar sobre impacto no preço das carnes.
As indústrias que apresentam problemas para operar estão situadas principalmente nos vales do Taquari e do Rio Pardo. Outro fator que desafia o segmento é a produção e o fornecimento de ração para os animais.
Em meio ao caos, uma boa notícia é que duas das plantas que haviam interrompido a produção retomaram ou estão prestes a retomar o trabalho, ainda que abaixo da capacidade total.