A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Em meio aos rescaldos da catástrofe climática que varre o Rio Grande do Sul, a organização da Expointer trabalha para que sejam mantidas as datas oficiais do evento. A feira, considerada uma das maiores do setor agropecuário na América Latina, está marcada para ocorrer entre os dias 24 de agosto e 1 de setembro.
A expectativa é de que os trabalhos de reconstrução nas áreas afetadas, nas propriedades rurais ou mesmo nas estradas, avancem no Estado até a data prevista. A realocação de voos para aeroportos do Interior, enquanto o Salgado Filho segue fechado, também é vista como uma alternativa para receber o público de fora.
Para a subsecretária do Parque Assis Brasil, casa da Expointer em Esteio, Elizabeth Cirne Lima, a própria manutenção da feira faz parte da reconstrução do Estado.
— Tivemos uma crise sem precedentes, mas entendemos que a Expointer faz parte deste momento de recuperação, de manter negócios e empregos. Mesmo os eventos culturais e esportivos que fazem parte da feira movimentam negócios e famílias. Por isso se entende que é fundamental que ela ocorra.
O Parque Assis Brasil também foi afetado pelas cheias. O espaço teve áreas completamente alagadas, onde a altura da água chegou a superar três metros. O prédio da administração, em frente ao Pavilhão do Gado Leiteiro, teve mais de 1m50cm de água no pico da enchente.
Segundo a subsecretária, os danos estruturais são pequenos. Os prejuízos totais ainda não foram calculados. A água acumulada baixou nesta semana e permitiu o início dos trabalhos de limpeza e recuperação.
Ilhada no parque desde o dia 1 de maio, Elizabeth faz a guarda do espaço junto com uma equipe de outros funcionários. Uma porção de outros trabalhadores tem se juntado diariamente ao grupo para colaborar nos trabalhos de limpeza.
— Como uma capitã de navio, ficamos defendendo a nossa nau — resume Elizabeth, que chegou a transitar de barco pela área alagada do parque.
Em 2023, a Expointer renovou recordes e bateu quase R$ 8 bilhões em negócios. A feira movimenta uma série de setores além do agronegócio, da produção de alimentos ao entretenimento, por isso o esforço de tentar mantê-la, diz a organização.
— Estamos trabalhando com força máxima para garantir que a feira aconteça, inclusive maior que o ano passado. A máquina precisa girar parar sairmos disso — acrescenta a subsecretária.