A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Um polo de inovação verde-amarelo. Assim tem se consolidado o Brasil no mercado de startups voltadas ao agronegócio nos últimos anos. É o que aponta, pela primeira vez, levantamento realizado pela Liga Ventures, em parceria com o Hub CNA Digital e a Bunge. Das 978 agtechs — como são chamadas as startups do setor — ativas mapeadas, 809 estão localizadas no Brasil.
Para o líder global de Business Technology e Estratégias de Ecossistemas da Bunge, Braian Souto, esses números refletem a posição de liderança do país no fornecimento de alimentos. Coordenadora do Hub CNA Digital, Danielle Leonel concorda:
— No Brasil, estamos testemunhando um crescimento consistente nos investimentos em agtechs, o que evidencia o potencial e a atratividade do agronegócio para os investidores. Um sinal desse amadurecimento é a maior presença dos fundos e investidores especializados em agro, assim como o envolvimento mais estruturado das grandes empresas do setor com as startups.
Das 809 agtechs brasileiras, a maioria delas (78) está voltada para a área de biotecnologia. Ou seja, no desenvolvimento de soluções de produtos e insumos agrícolas. Na avaliação de Danielle, o trabalho das universidades brasileiras voltado a essas tecnologias tem contribuído para uma maior concentração de soluções no ramo.
Além da biotecnologia, as startups foram distribuídas em outras 21 categorias. Entre elas, backoffice para agronegócios, gestão da pecuária, nutrição de plantas e agricultura de baixo carbono.
O estudo também fez um levantamento com relação ao faturamento das agtechs. Em 2023, o montante chegou a R$ 1,23 bilhão, volume 32,8% menor do que o registrado em 2022. O número de rodadas também recuou, em 24,2%, e foi de 66 para 50.
No ranking de países com maior distribuição de startups ativas, o primeiro lugar está o Brasil (83%), como já mencionado, seguido pela Argentina (5%), México (4%), Colômbia (4%) e Chile (3%). Já com relação aos estados brasileiros, há São Paulo (41%), Paraná (11%), Minas Gerais (10%), Rio Grande do Sul (10%) e Santa Catarina (7%).
Cardápio para o produtor
De acordo com Danielle, esse mapa encomendado pelo Hub CNA Digital e pela Bunge também pode funcionar como uma espécie de "cardápio" para o produtor rural:
— Por meio de um catálogo, vamos conseguir aproximar o produtor rural das melhores soluções desenvolvidas pelas startups do Brasil e da América Latina.