A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Mesmo ainda considerada exótica no Brasil, a carne de pato produzida em território nacional serviu mais mesas dentro e fora do país em 2023. Para o mercado externo, a fatia exportada cresceu em 19% na comparação com 2022, chegando a 3,5 mil toneladas, conforme dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). No mercado interno, a percepção também é de que a carne marcou mais presença nas gôndolas de supermercados.
Na avaliação do diretor de mercados da ABPA, Luís Rua, a maneira como a Villa Germania, maior produtora comercial de patos no Brasil, localizada em Santa Catarina, trabalha a proteína ajuda a explicar esse cenário:
— A empresa tem desenvolvido a carne de pato como um produto premium no mercado. A começar pela própria posição nas gôndolas dos supermercados, que é diferenciada.
Outra ação que contribui para essa alta, argumenta Rua, é a de divulgação feita pela ABPA juntamente com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). Daqui a um mês, entre os dias 19 e 23 de fevereiro, em Dubai, na Gulfood 2024, uma das maiores feiras de alimentos e bebidas do Oriente Médio, será servido pela terceira vez no estande do Brasil shawarma com carne de pato. A ideia, explica, é conquistar novos clientes pelo paladar:
— A carne de frango brasileira já é conhecida por ser uma proteína de alta qualidade no mercado internacional. Isso contribui para que a exportação de carne de pato também tenha margem para crescer — acrescenta Rua.
Além disso, continua o dirigente, em muitos países, a abertura de mercado para a carne de frango brasileira já abre precedente para exportar também carne de pato.
Atualmente, o Brasil produz 5 mil toneladas de carne de pato por ano. Deste volume, 70% é exportado. Entre os principais destinos dessa proteína, estão a Arábia Saudita, que comprou 986 toneladas em 2023, os Emirados Árabes Unidos, com 916 toneladas, e o Catar, com 422 toneladas.