A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Em Passo Fundo, no norte do Estado, a distância entre a universidade e o mercado de trabalho no agronegócio começa ser encurtada a partir do próximo dia 13. Pelo menos essa é a proposta da Atitus Educação, instituição privada de ensino superior que inaugura daqui a duas semanas a sua nova Escola do Agronegócio.
Com 40 hectares, o complexo é inspirado em uma smart farm (fazenda inteligente, que utiliza tecnologias avançadas para melhorar eficiência, produtividade e sustentabilidade das operações agrícolas) e quer funcionar como um "ecossistema de educação e inovação" no setor, como define a empresa. Na prática, ser um espaço de desenvolvimento tecnológico e de aproximação dos alunos às empresas e às ideias inovadoras no setor.
Para isso, no mesmo campus, haverá salas e laboratórios para a graduação (que serão entregues no dia 13, um hub de inovação), um centro de pesquisa tecnológica (ambos previstos para 2024) e um parque tecnológico (planejado para 2026).
No caso das salas de aula, as disciplinas dos cursos de Agronomia e Veterinária, que compõem a escola, poderão ganhar remodelação de acordo com a necessidade do mercado. É que a grade curricular passará a receber a colaboração de um conselho consultivo com sete nomes conhecidos do setor. Um deles, o ex-ministro da Agricultura Francisco Sérgio Turra. É o modelo employer university, já adotado pela Atitus Educação.
CEO da Atitus Educação, Eduardo Capellari explica que a ideia de aproximar a academia ao setor é uma via de mão dupla:
— Essa nova estrutura está focada na perspectiva de oportunizar o aluno a empreender ou ter acesso desde cedo às principais empresas do agronegócio, com uma maior probabilidade de ter emprego qualificado. E atender ao mercado do setor, que vem crescendo ano após ano.
Já no caso dos outros espaços no campus, a proposta é reunir empresas que desenvolvam tecnologias. E os primeiros contatos já começaram a ser feitos. A parceria vai ser consolidada por meio do Programa de Parceiros Agribusiness, dedicado a criar e fortalecer relacionamentos estratégicos de longo prazo entre a Escola do Agronegócio e corporações, instituições de pesquisa e startups.
Atualmente, a Escola do Agronegócio conta com 400 alunos nos dois cursos. Até 2026, a projeção é de pelo menos dobrar o número de estudantes.
Saiba mais
A nova escola faz parte do plano de crescimento da Atitus, que inclui, ainda, o reposicionamento de outras quatro (de saúde, direito, politécnica e de negócios) nos próximos anos. No total, o investimento até 2026 é de R$ 100 milhões.
— A gente começou pelo agronegócio justamente pela importância que o setor tem do ponto de vista econômico — justifica Capellari.