Ferramenta que integra a política de garantia dos preços mínimos, o leilão de trigo, em duas modalidades, tem nova etapa marcada para terça-feira (07). Na primeira, foram arrematadas 64% de 309,6 mil toneladas. O objetivo é garantir, por meio de uma subvenção, o valor mínimo do cereal. O assunto esteve na pauta de entrevista com o diretor de Operações e Abastecimento da Conab, Thiago José dos Santos ao Campo e Lavoura da Rádio Gaúcha. Confira trechos.
Qual a expectativa para os leilões marcados para terça-feira e quantos ainda serão realizados?
A expectativa é de que a gente continue tendo sucesso nos leilões. Nosso limite é o orçamento disponibilizado. A intenção é fazer os leilões enquanto houver necessidade, enquanto o mercado tiver demanda, e o preço estiver abaixo do mínimo. Como teve uma recuperação, se o mercado continuar reagindo, acredito que nas próximas três, quatro semanas, não precisará mais de leilão.
Depois da primeira rodada, com 64% do ofertado negociado, qual a avaliação sobre os leilões?
É de que teve resultado. Basta ver quanto estava o preço do trigo antes dos leilões e quanto está hoje. Preços de mercado que estavam por volta de R$ 49, se fizer uma consulta, já estão em R$ 58. Está funcionando o que foi proposto.
Como é o processo de elaboração dos leilões, a partir da sinalização de recursos (para o trigo, são R$ 400 milhões)?
A partir do momento que é elaborada a portaria interministerial, e o Ministério da Agricultura faz a transferência de recursos para a Conab, passamos a publicar os editais de leilão. Agora estamos fazendo o PEP (Prêmio para Escoamento da Produção) e o Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor). Lançamos o edital com todos os requisitos e as condições para produtor, cooperativa ou empresas, comerciantes, usinas que queiram participar.
Qual a diferença entre PEP e Pepro?
No Pepro, podem participar te cooperativas. É um prêmio para a venda, então, a equalização é paga para quem está vendendo o produto, ou seja, o valor do prêmio arrematado mais o valor vendido têm de dar o preço mínimo. No caso do PEP, quem compra, o comerciante ou a usina, precisa garantir o preço mínimo para quem está vendendo para ele. A gente paga o prêmio para o comerciante garantir o preço ao produtor ou à cooperativa.
Existe alguma limitação em relação ao tipo (variedade) de trigo que será negociado?
Uma das grandes preocupações é de que, quando colocamos um programa do governo, não podemos deixar alguém de fora. Juntamos as equipes da Conab e dos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Rural e achamos o melhor caminho para que nenhum produtor fique de fora. Já que o programa é para melhorar a rentabilidade do produtor, caso ele não consiga colher um trigo de ótima qualidade, tipo 1 melhorado ou tipo 1 pão, ele pode participar, sim. São 12 lotes. Todos participaram e poderão participar. Todo mundo pode participar dos leilões.
Os leilões fazem parte da Política de Garantia de Preços Míni. Qual a importância da ferramenta para o produtor?
Existe uma possibilidade diversa de quando o preço está abaixo do mínimo. Não fazíamos leilões nem AGF (aquisição do governo federal), para a formação dos estoques públicos, desde 2016, 2017. Começamos com AGF do milho, em junho. Também estamos fazendo leilão de Pepro da borracha natural. Há possibilidade de outras culturas entrarem nesse leilão.