A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
A 1ª Feira da Agricultura Familiar em Porto Alegre mal começou e já tem produtores tendo que repor os seus estoques, de charque e sucos até cucas e pães. Só nos dois primeiros dias de evento, que iniciou na segunda-feira e termina neste sábado, o faturamento das 70 agroindústrias que estão no Largo Glênio Peres, no centro da Capital, chegou a R$ 490 mil.
Para os próximos dias, a expectativa é parecida, afirma Jocimar Rabaioli, assessor de Política Agrícola e Agroindústria da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS):
— Não estamos fazendo estimativas porque é a primeira vez que a feira acontece. Mas está bem movimentada, praticamente lotada. O importante é que a sociedade aceitasse essa proposta (de feira, e aceitou).
Na banca do produtor Manuel João Domingues, os 520 pacotes de charque trazidos da sua agroindústria em Hulha Negra para a Capital se esgotaram nos dois primeiros dias de feira.
— As pessoas chegaram na banca porque nos viram na televisão. Muitas delas compraram o charque, fizeram carreteiro no almoço e de tarde voltaram para comprar mais — conta Manuel, surpreso com o movimento.
Por ser uma produção pequena, com criação de 80 cabeças de gado da raça hereford e sem máquina no preparo do charque, Manuel não vai conseguir repor os produtos a tempo até sábado.
— Mas as vendas não pararam. Estou com três folhas já de encomendas na banca — afirma o produtor.
Na feira, a agroindústria Sinuelo, de Manuel, tem ainda artesanato feito com lã, de jaquetas, túnicas, blusões até toucas e meias. Tudo feito com matéria-prima da propriedade, do gado à ovelha.
A banca do produtor Elano Fernandes, da Agroindústrias Fernandes Produtos Coloniais, de Parobé, também foi pega de surpresa com o movimento. Como vende produtos artesanais, como cucas, pães e bolachas, a fabricação é feita de um dia para o outro. E já foi ajustada a partir de hoje, conta Elano:
— Hoje fizemos mais de 150 pães, 150 cucas e mais as bolachas. A feira se superou.
Sobre a feira
- Até sexta-feira, o espaço funciona entre 8h e 19h, no Largo Glênio Peres, no Centro Histórico
- No sábado, entre 8h e 17h