Com oferta desde produtos coloniais tradicionais, como cucas e chimias, até os mais diferentes, que vão da mostarda de butiá ao queijo maturado no chope, foi aberta nesta segunda-feira (6) a 1ª Feira da Agricultura Familiar em Porto Alegre. O evento que busca trazer para a cidade um pedacinho do campo recebe, nesta primeira edição, 70 empreendimentos de mais de 50 municípios, distribuídos da Serra à Região Metropolitana, e se estende até o próximo sábado (11), no Largo Glênio Peres, centro da Capital.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini, a iniciativa surgiu de uma preocupação em dar novos espaços de comercialização a produtores rurais, que cada vez mais estão se tornando empreendedores.
— Espaços como esse (o Largo Glênio Peres), que têm um grande fluxo de pessoas e que certamente vão atingir um público que tem um tíquete médio de consumo bem superior àquele que é encontrado nas feiras do Interior, vão ajudar muito nesse processo (do empreendedorismo nas propriedades) — acrescenta Santini.
Para Sandro Kappler, da agroindústria Irmãos Kappler, mais do que uma chance de colocar na vitrine da capital gaúcha a sua produção de geleias e chimias, estrear nesta feira é um recomeço. Morador de Roca Sales, no Vale do Taquari, ele teve a comercialização dos seus produtos afetada pela enchente que assolou o município. Agora, a expectativa de vendas é boa, garante Kappler:
— A gente veio preparado com bastante produto. Se faltar, damos um jeito de buscar mais.
Outro produtor estreante é o Jackson Jacobs, da Dorf Produtos Lácteos Artesanais, de Teutônia. Ele, que também está otimista com a feira, já trouxe novidade para esta primeira edição: o queijo maturado em chope. A ideia, explica Jacobs, é chamar a atenção do público:
— Tem muito cliente que busca o diferente. “Quais são as novidades deste ano?” Sempre nos perguntam.
Permanente
A Feira da Agricultura Familiar em Porto Alegre foi regulamentada por meio de uma lei municipal do ano passado, proposta pelo vereador Airto Ferronato (PSB), a partir de uma reivindicação da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS). Conforme a legislação, o evento passa a ocorrer preferencialmente toda a segunda semana de novembro, na Capital.
— A Feira da Agricultura Familiar agora entra no hall dos eventos que acontecem no Largo Glênio Peres. Ela se torna permanente a partir de agora — comemora Jocimar Rabaioli, assessor de política agrícola e de agroindústria da Fetag-RS, que coordenou a seleção dos empreendimentos que estão estreando nesta primeira edição.
Para os próximos anos, a ideia, adianta o secretário Santini, é ter pelo menos mais três feiras do tipo na Capital.
— Já estamos trabalhando junto com a Emater, a Fetag-RS, a Fetraf (Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar) e os demais órgãos e entidades que trabalham na organização desse setor — afirma.
Saiba mais
- De hoje até sexta-feira, o espaço funciona entre 8h e 19h, no Largo Glênio Peres, no Centro Histórico. No sábado, entre 8h e 17h
- A realização é da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS)