O avanço das águas até o segundo piso da sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Muçum, no centro do município, decretou um cenário de perdas generalizadas. Nada, além de entulho, sujeira e destruição, sobrou no espaço dedicado ao atendimento de agricultores familiares da cidade. A edificação é um reflexo visível da dureza enfrentada no campo com as enchentes.
A situação de produtores fez com que a Frente Parlamentar da Agropecuária da Assembleia Legislativa organizasse um encontro na Câmara de Vereadores de Lajeado, na próxima terça-feira (12). O objetivo, conforme o coordenador, Elton Weber, é levantar dados referentes aos prejuízos para tornar mais assertiva a agenda em Brasília, marcada para a quarta (13) e a quinta (14) — quando deve se encontrar com o vice-presidente Geraldo Alckmin.
— Precisamos que o governo federal abra condições de linhas de ajuda, não só financiamento. Temos de ter várias formas e linhas e ação porque o que aconteceu é algo que não temos experiência de como lidar. Não tinha acontecido neste volume anteriormente, precisamos agora que o governo federal abra condições de linhas de ajuda — pontua o parlamentar, que esteve nos municípios do Vale do Taquari mais afetados pelas enchentes.
"Perdemos tudo na propriedade, tudo, tudo, tudo", lamenta, emocionado, o presidente do sindicato, Adair Villa, em depoimento enviado a colega de Encantado. Weber relata que há muitos produtores que não sabem se continuarão na atividade:
— O impacto é desastroso. Tem gente que não tem mais casa, animais, máquinas foram embora. Levou uma vida para ser feito, agora fica difícil para as pessoas retomarem tudo de novo.