Foi nos campos de futebol e nas pistas de Fórmula 1 que o carioca Galvão Bueno, 73 anos, se tornou sinônimo de emoção, com voz única e bordões conhecidos por todos os brasileiros. Há um outro Galvão, com alma gaúcha dos campos da Campanha e das pistas de Esteio. É com esse produtor e entusiasta do agronegócio no Rio Grande do Sul que a coluna conversou, durante a Expointer. O mais novo agraciado com o Trófeu Guri falou sobre os negócios e a felicidade em poder contribuir com o desenvolvimento econômico do Estado. Confira trechos da entrevista.
Queria falar um pouquinho sobre esse Galvão que talvez as pessoas conheçam bem menos do que o Galvão Narrador, que é o Galvão produtor.
Tudo que eu faço na vida é movido por paixão. Se não tiver paixão, não faço nada. Tenho estância lá na Campanha há mais de 20 anos, criando angus. Ganhei muitos prêmios importantes aqui na Expointer, criando a ovinocultura, meus cavalos crioulos. E, de 2008, para cá, com os vinhos, com a minha vinícola, a parceria da Bueno Wines com a Miolo. Eu sou um apaixonado por vinhos, vinho pra mim é uma coisa viva, tem alma é como uma gestação a cada safra.
O quanto o Galvão se envolve nas decisões agronômicas e administrativas da propriedade?Participo ativamente, não tanto da parte administrativa, financeira, porque isso tem a minha equipe, a minha filha Letícia é a CEO da companhia. Eu tenho uma equipe muito grande, profissionais de altíssima qualidade, toda uma equipe muito importante. E o que me deixa mais feliz é poder gerar emprego com a criação de gado, a produção de vinho e dos outros negócios que estão começando a surgir aqui no Rio Grande. Eu diria que meus irmãos estão todos aqui agora, fora o Galvão Comunicador, e eu participo diretamente de tudo.
Com gado, vinho e azeite ainda tem algum produto agropecuário para o Galvão explorar na sua grife?
Diria que na parte do agronegócio já estamos mais ou menos completos, né? Porque criação de gado, fiz há muitos e muitos anos, gado de raça, hoje a engorda do gado, os cavalos crioulos. E o vinho e o azeite, o Batalha (Luiz Eduardo Batalha, proprietário do Azeites Batalha) é meu eterno sócio. Tenho meus olivais, mas faço o processamento do azeite no lagar do Batalha. Sempre fomos amigos queridos, como irmãos, fizemos muitos e muitos negócios juntos, principalmente na genética, na genética do (gado) angus. E as parcerias que tive aqui com o Cassol (Luiz Anselmo Cassol, da Cabanha Corticeira), com o Cairoli (José Paulo Cairoli, da Cabanha Reconquista) ganhando os prêmios na Expointer, então acho que nessa parte estamos bem, estamos bem.