A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) confirmou nesta quinta-feira (29) a retomada da formação de estoques públicos de grãos. E será com a compra de 500 mil toneladas de milho, que tem previsão de safra recorde no país no próximo ciclo.
A política, que não era aplicada desde 2017, é relançada pela companhia com o intuito de garantir segurança aos produtores e também de ser ferramenta para conter a variação de preço dos alimentos.
— Tínhamos 1 milhão de toneladas de arroz em 2012, e terminamos o ano passado com mil toneladas. Desde 2017 se deixou de fazer estoque e também por isso vemos essa disparada na inflação dos alimentos — afirmou o presidente da Conab, Edegar Pretto.
A retomada começa pelo milho em razão da expectativa de super safra. Conforme levantamento da companhia, a produção projetada para a próxima safra chega a 125 mil toneladas do grão no Brasil. O milho é o principal ingrediente da ração dos animais, e, portanto, é relevante também para o setor da proteína animal.
Neste momento, os Estados autorizados a vender milho para o governo federal são Goiás, Bahia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná e Tocantins. A ausência de outros locais relevantes de produção, como o Rio Grande do Sul, se deve às regras da formação dos estoques. Pretto explica que a compra de grãos ocorre somente quando determinado produto está cotado abaixo do preço mínimo, que é definido pela própria Conab. Não é o caso do RS, por exemplo.
— Em muitos Estado, o valor está abaixo do preço mínimo. É uma sinalização ao produtor de que ele tem um parceiro — acrescenta Pretto.
Os grãos ou cereais adquiridos poderão ser estocado em armazéns próprios da Conab ou em unidades armazenadoras credenciadas pela estatal. Em junho, a companhia reajustou em 34% a tabela de valores para terceirizados, com o objetivo de aquecer o interesse da iniciativa privada em participar da formação de estoques.