Os números finais ainda estão sendo fechados, mas a apuração feita até o momento aponta que as cooperativas agropecuárias do Rio Grande do Sul fecharam 2022 com crescimento na receita (ou nos ingressos, como se diz no jargão do segmento). Mesmo com a estiagem de maior perda econômica para o Estado, o faturamento subiu 3,4%. E as sobras, 13,6%. Resultado possível a partir de alguns ingredientes específicos. Como o estoque de soja remanescente de 2021 que acabou sendo comercializado no ano passado, permitindo o ingresso de recursos.
Os insumos foram outra fonte. A incerteza trazida pela guerra Rússia-Ucrânia elevou preços. E as cooperativas vendem esses itens, o que fez com que essa alta também aparecesse na receita.
— A seca foi a grande dificuldade que as cooperativas tiveram (no ano passado). Acho que conseguiram buscar saídas muito interessantes — avalia Darci Hartmann, presidente do Sistema Ocergs-Sescoop-RS.
O dirigente lembra ainda que, nos dois meses finais do ano, também entrou o efeito da safra de trigo, que foi recorde, com os preços do cereal também em cotações favoráveis.
Considerando os sete ramos do cooperativismo, o avanço da receita fica em 11%, com as sobras sendo ampliadas em até 17%. Hartmann aponta que crédito e infraestrutura foram áreas que tiveram crescimentos expressivos — representativamente, o agro segue tendo o maior peso.
Sobre as crises enfrentadas por cooperativas importantes do agro, o dirigente observa:
— Em situações de fragilização, cada vez mais temos de monitorar, começar a construir junto com as cooperativas projeções de futuro. Quando entram em dificuldade, não é em um ano. A ideia é ser mais pró-ativo, fazer um trabalho mais técnico, de prevenção.