Novo levantamento divulgado pela Rede Técnica de Cooperativas (RTC) mostra um avanço das perdas na safra de verão em áreas de 21 associadas. Na cultura do milho sequeiro (sem irrigação), a redução média está estimada agora em 53% sobre a expectativa de produção que se tinha no início do ciclo. É uma alta de 11 pontos percentuais em relação ao dado de dezembro.
– Há uma variabilidade de chuva. Tivemos um dezembro e os primeiros dias de janeiro bastante secos. Isso acabou por afetar também aquele milho plantado um pouco depois – explica Geomar Corassa, gerente de pesquisa da CCGL e coordenador da RTC.
Ou seja: o efeito da falta de precipitação, que já aparecia no grão plantado mais cedo no dado do mês passado, foi estendido para áreas que tiveram outro momento de plantio. Importante destacar, ainda, que em várias regiões, os prejuízos vão além dessa média, ultrapassando 80%, aponta a projeção.
Também aparecem quantificados problemas na soja. A produtividade média projetada foi revisada para baixo: 2.940 quilos por hectare, 550 quilos a menos do que em dezembro. A perda média em relação à expectativa inicial para a cultura está estimada em 16 %, mas há pontos em que chegam a 40%.
A preocupação com o cenário pautou, na sexta-feira, reunião do presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, com o titular do Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini. Três demandas foram apresentadas: reabertura do programa Troca-Troca, agilidade nos programas de armazenagem de água e apoio do Estado para levar água potável às regiões mais afetadas. O secretário encaminhará as solicitações para avaliação junto ao Fórum de Combate à Estiagem.