A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Em meio a polêmicas, a Agrishow abre os portões nesta segunda-feira (1º), em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, para mais uma temporada da principal feira do país em tecnologia para o agronegócio. Mas depois de ganharem corpo, nos últimos dias, as repercussões sobre o “desconvite” ao ministro da Agricultura Carlos Fávero, a organização decidiu cancelar a cerimônia oficial de abertura da feira.
O cancelamento foi anunciado em comunicado divulgado na noite de sábado (29) pelas entidades realizadoras do evento. O texto diz que a decisão foi tomada “em virtude de toda a repercussão gerada pela cerimônia de abertura”.
A solenidade estava marcada para às 11h de segunda e tinha presença confirmada de lideranças como o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, e de possível presença do ex-presidente Jair Bolsonaro. A situação gerou mal-estar político. O ministro Fávero disse ter se sentido desconvidado após sugestão do presidente da feira, Francisco Matturro, de que comparecesse no segundo dia da Agrishow, quando está prevista reunião da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).
Diante da polêmica, o governo federal chegou a sinalizar que retiraria o patrocínio do Banco do Brasil à feira. O valor total não foi informado. A expectativa era de que Fávaro aproveitasse a Agrishow para detalhar a elaboração do Plano Safra 2023/24 e anunciar linhas de crédito para o agronegócio.
Embalada pelo bom momento da agricultura brasileira, que ao contrário do Rio Grande do Sul não sofreu os efeitos da estiagem, a Agrishow espera superar os R$ 11,2 bilhões de negócios encaminhados no ano passado. A edição deste ano terá a participação de mais de 800 marcas expositoras do Brasil e do exterior. As atrações ficam distribuídas em área total de 520 mil metros quadrados.
Em 2022, mais de 193 mil visitantes passaram pela feira de tecnologia agrícola. A programação da Agrishow vai até o dia 5 de maio.