A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
O que uma caixa de chocolates e a raça de cavalos crioulos têm a ver? Para a Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Crioulo (ABCCC), tudo. Porque é a partir do doce que a entidade está buscando comunicar o seu novo projeto de expansão da raça pelo Brasil a possíveis patrocinadores do Freio de Ouro deste ano.
Mais do que um “mimo”, é o que vem dentro da caixa que chama a atenção, salienta Ana Paula Bachiega, diretora de Novos Negócios e sócia da Incomum, agência de comunicação que fez o trabalho. São seis chocolates diferentes desenvolvidos por um profissional gourmet. A ideia é que cada um deles represente um bioma onde há criação de cavalos crioulos.
— A gente quis mostrar que a criação da raça é possível em todo o bioma brasileiro. Mais do que mostrar a sua adaptabilidade, que a pessoa sentisse o conceito pela própria experiência — explica Ana Paula.
Para representar a caatinga, a combinação escolhida foi um chocolate 70% cacau com castanha de caju. Para o cerrado, um 54% cacau com baru (fruto produzido no bioma com sabor que lembra amendoim). O pampa é identificado por um chocolate branco com figos desidratados. A mata atlântica, com um chocolate branco com goiabada. Já a amazônia ganhou a combinação de um chocolate ao leite com amêndoas de cupuaçu. E para o pantanal, um 70% cacau com farinha de bocaiuva.
Além de receber os chocolates, os empresários assistirão a um vídeo e ganharão um material impresso divulgando a raça.
Aliás, para elaborar esses outros dois materiais, Ana Paula conta que foi necessário um estudo de glossário, já que a criação da raça tem uma ligação forte com o Rio Grande do Sul — e, portanto, palavras bastante regionalizadas:
— Buscamos ambientar as peças (comunicativas) para que sejam compreendidas em todo o país, para ter a linguagem de Brasil.
Sobre o projeto de expansão, o gerente da ABCCC, Vagner Studzinski, resume:
— O que queremos, na verdade, é ampliar a marca cavalo crioulo a nível nacional, levar o nosso cavalo para outras regiões e construir um caminho de reconhecimento para essa marca que tem inúmeras qualidades, além da riqueza da cultura gaúcha.
Para isso, claro, essa é apenas uma das frentes que a associação está trabalhando. Outra é o incentivo de competições, como a paleteada, o laço comprido e a campereada, entendidas como um caminho possível para avançar ao Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Tanto é que a gestão 2023/2024 criou uma vice-presidência para esportes.