Além do quadro estabelecido, são os prognósticos do que pode acontecer daqui para a frente que reforçam a preocupação com a safra de soja no Rio Grande do Sul. Conforme boletim agrometeorológico divulgado no conjuntural da Emater, a segunda semana de fevereiro traz “pequena chance de chuvas rápidas apenas na costa por causa da circulação da brisa marítima”, com o tempo devendo ficar seco e firme em praticamente todo o Estado até a próxima quarta-feira, dia 8.
A chuva ao longo da semana foi irregular, ficando concentrada no sul e leste do Rio Grande do Sul, dando um alívio ao grão nos pontos em que foi registrada. Outro fator a ser considerado é a onda de calor, com a radiação solar intensa ampliando a evapotranspiração das plantas. O percentual de lavouras em florescimento chegou a 35% da área total estimada, e a 17% em enchimento dos grãos. Com relação ao plantio, resta ainda um ponto percentual para que seja considerado finalizado.
O efeito do tempo seco acumulado tem sido variado, aponta levantamento da Emater, por amostragem, em 412 municípios do Estado. Nos espaços mais afetados, como as regionais de Santa Maria e Santa Rosa, a projeção é de um recuo de pouco mais de 20% na produtividade — em relação ao que se previa no início do ciclo, de 3,13 mil quilos por hectare. Nas áreas de Bagé, Frederico Westphalen, Ijuí, Lajeado e Pelotas, a estimativa é de cerca de 10%, caindo para um intervalo entre 2% e 3% em Erechim e Soledade. Nas de Caxias do Sul, Passo Fundo e Porto Alegre, não aparecem ainda perdas potenciais.